Resumo

Este estudo objetivou determinar a prevalência do comportamento sedentário (CS) e analisar os fatores sociodemográficos, comportamentais, de hábitos alimentares e de saúde associados entre adolescentes. Este é um estudo transversal de base populacional escolar com participação de 1.009 adolescentes (55,0% de moças) de 14 a 19 anos das escolas públicas e particulares do município de Uberaba, Minas Gerais, Brasil. O CS foi determinado pelo tempo de tela (TT: assistir TV + jogar videogame + uso de computador) ? 2 h/dia. Empregou-se a regressão logística hierárquica para analisar os fatores sociodemográficos (sexo, idade, situação de estágio/trabalho, renda familiar, turno e série de estudo), comportamentais e de consumo alimentar (atividade física no lazer, participação nas aulas de Educação Física, consumo de frutas, frituras e refrigerantes) e de saúde (IMC, autopercepção do sono e da saúde) associados ao CS. A prevalência do CS foi de 81,6% (IC95%: 78,8 - 84,4) sendo maior entre os rapazes (84,9%: 82,6 - 87,2) do que nas moças (78,6%: 75,9 - 81,3, p = 0,018). Na análise ajustada, apresentaram maiores chances de apresentar o desfecho CS: os rapazes (OR = 1,78; IC95%: 1,23 - 2,56), aqueles do 1º ano (OR = 1,89; IC95%: 1,22 -2,94) e 2º ano de estudo (OR = 1,97; IC95%: 1,22 -3,17), não ter vínculo de estágio/trabalho (OR = 2,23; IC95%: 1,54 -3,23) e menor consumo de frutas (OR = 1,43; IC95%: 1,01 - 2,14). A prevalência do CS foi alta em ambos os sexos, sendo que o sexo masculino, pertencer as séries iniciais, não estagiar/trabalhar e o baixo consumo de frutas foram fatores associados ao CS. Os adolescentes aqui identificados com maiores chances de apresentar CS representam potenciais grupos para intervenções que objetivem a redução do entretenimento sedentário baseado em tela, seja em casa, na escola e no ambiente de estágio/trabalho

Acessar