Comportamento sedentário entre trabalhadores da saúde em tempos de pandemia de covid-19 Comportamento sedentário em trabalhadores da saúde
Por Saulo Vasconcelos Rocha (Autor), Ricardo Mazzon Sacheto (Autor), Rosângela Souza Lessa (Autor), Camila Fabiana Rossi Squarcin (Autor), Milena Fernandez Dias (Autor), Mell de Castro Santos (Autor), Thailan das Mercês Rodrigues (Autor), Pablinne dos Santos Braga (Autor), Clarice Alves dos Santos (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 31, n 1, 2023.
Resumo
O comportamento sedentário (CS) é considerado um problema de saúde pública e tem sido associado a diversos desfechos negativos de saúde. Entretanto, ainda não se sabe muito sobre a prevalência do CS entre os profissionais de saúde da Atenção Básica, visto que este comportamento além de ter se tornado um importante fator de risco para o surgimento de doenças crônicas, também pode ter se agravado durante a pandemia da COVID-19. Objetivo: Estimar a prevalência do CS e analisar as associações com fatores sociodemográficos, características ocupacionais e condições clínicas dos trabalhadores da saúde. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado durante a pandemia da COVID-19 com 105 profissionais de saúde da Atenção Básica, de um município da Bahia e outro de Minas Gerais. A coleta dos dados foi realizada por meio de formulário online, que incluiu condições sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida e doenças referidas. O CS e a inatividade física foram avaliados utilizando o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) - versão longa. Realizou-se análise descritiva para caracterização da amostra e regressão logística de Poisson bruta e ajustada. Resultados: Os participantes foram majoritariamente mulheres (82,9%), agentes comunitários de saúde (42,9%), com média de idade de 39,69 (± 10,81) anos. A prevalência de comportamento sedentário elevado foi de 53,3%. Essa condição associou-se ao nível de escolaridade (RP=1,88; IC 95%; 1,16–3,03) dos participantes e a presença de câncer (RP=0,31 IC 95%; 0,12 – 0,83). Conclusão: Os resultados mostraram que mais da metade dos trabalhadores apresentaram tempo elevado em comportamento sedentário e essa condição foi mais acentuada entre aqueles com menores níveis de escolaridade e entre os trabalhadores que tinham câncer.