Comportamento sedentário, nível de atividade física e alterações cardiometabólicas em adolescentes em situação de vulnerabilidade social
Por Fabiana Santos Tigre (Autor), Luisa Martins Simmer (Autor), Ana Paula Lima Leopoldo (Autor), Andre Soares Leopoldo (Autor), Luma Oliveira De Moura Gomes (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
: A aquisição de comportamento sedentário (CS) e a inatividade física em crianças e adolescentes impactam diretamente no aumento da prevalência de diversas morbidades e os riscos cardiometabólicos (RCM). Objetivo: Investigar e caracterizar a relação entre CS, nível de atividade física (NAF) e RCM, em adolescentes, em situação de vulnerabilidade social. Métodos: A amostra foi composta por escolares, de ambos os sexos, de 16 e 17 anos, de uma escola pública de Cariacica-ES. Os dados de CS e NAF foram coletados por questionários de avaliação do CS e do IPAQ versão curta, respectivamente. A composição corporal foi por bioimpedância e os fatores de RCM foi por determinação sanguínea, além do ritmo cardíaco e da pressão arterial (PA) que foram por eletrocardiograma de repouso. A análise dos dados foi por Microsoft Excel 365 e Graphpad Prism, com nível de significância de 5% e aprovação pelo CEP/UFES nº 53818121.2.0000.5542. Resultados: Pelo IMC, 27% dos estudantes apresentaram excesso de peso e pela adiposidade corporal (%G), 13% apresentam sobrepeso e 36% obesidade. Os dados sanguíneos mostram que houve diferença estatística entre os sexos para os níveis de HDL, sendo mais elevados nas meninas. A maioria dos participantes apresentam parâmetros desejáveis para glicemia e perfil lipídico, no entanto, 13% apresentaram colesterol elevado, 10% com TG elevado, 40% com HDL abaixo do recomendado e 26% com LDL elevado. No comportamento pressórico, 9% estão com PA alterada. Em relação ao CS, 86% dos meninos e 84% das meninas estavam com tempo de tela ≥ 2 horas/dia e no geral, 85% estavam em CS. Quanto ao NAF, 75% foram considerados ativos, 24% inativos e 1% sedentários, sendo as meninas mais inativas (34% vs. 23%). Nas correlações entre CS e circunferência abdominal, glicose, TG, PAS e PAD, encontramos correlações negativas fracas e sem diferença estatística e correlação positiva fraca entre %G, colesterol, HDL e LDL. Nas correlações entre os ativos fisicamente e o %G e colesterol, foram observadas correlações negativas moderada e correlação positiva fraca e estatisticamente significativa entre a PAD e NAF. As correlações entre os inativos fisicamente e os RCM foram fracas e sem diferença estatística. Conclusão: Não foi evidenciado associação entre CS, NAF e fatores de RCM nos participantes, no entanto, mesmo classificados como ativos, foi observado excesso de peso, alterações dos RCM e elevado CS.