Resumo

: A aquisição de comportamento sedentário (CS) e a inatividade física em crianças e adolescentes impactam diretamente no aumento da prevalência de diversas morbidades e os riscos cardiometabólicos (RCM). Objetivo: Investigar e caracterizar a relação entre CS, nível de atividade física (NAF) e RCM, em adolescentes, em situação de vulnerabilidade social. Métodos: A amostra foi composta por escolares, de ambos os sexos, de 16 e 17 anos, de uma escola pública de Cariacica-ES. Os dados de CS e NAF foram coletados por questionários de avaliação do CS e do IPAQ versão curta, respectivamente. A composição corporal foi por bioimpedância e os fatores de RCM foi por determinação sanguínea, além do ritmo cardíaco e da pressão arterial (PA) que foram por eletrocardiograma de repouso. A análise dos dados foi por Microsoft Excel 365 e Graphpad Prism, com nível de significância de 5% e aprovação pelo CEP/UFES nº 53818121.2.0000.5542. Resultados: Pelo IMC, 27% dos estudantes apresentaram excesso de peso e pela adiposidade corporal (%G), 13% apresentam sobrepeso e 36% obesidade. Os dados sanguíneos mostram que houve diferença estatística entre os sexos para os níveis de HDL, sendo mais elevados nas meninas. A maioria dos participantes apresentam parâmetros desejáveis para glicemia e perfil lipídico, no entanto, 13% apresentaram colesterol elevado, 10% com TG elevado, 40% com HDL abaixo do recomendado e 26% com LDL elevado. No comportamento pressórico, 9% estão com PA alterada. Em relação ao CS, 86% dos meninos e 84% das meninas estavam com tempo de tela ≥ 2 horas/dia e no geral, 85% estavam em CS. Quanto ao NAF, 75% foram considerados ativos, 24% inativos e 1% sedentários, sendo as meninas mais inativas (34% vs. 23%). Nas correlações entre CS e circunferência abdominal, glicose, TG, PAS e PAD, encontramos correlações negativas fracas e sem diferença estatística e correlação positiva fraca entre %G, colesterol, HDL e LDL. Nas correlações entre os ativos fisicamente e o %G e colesterol, foram observadas correlações negativas moderada e correlação positiva fraca e estatisticamente significativa entre a PAD e NAF. As correlações entre os inativos fisicamente e os RCM foram fracas e sem diferença estatística. Conclusão: Não foi evidenciado associação entre CS, NAF e fatores de RCM nos participantes, no entanto, mesmo classificados como ativos, foi observado excesso de peso, alterações dos RCM e elevado CS.

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