Resumo

A pandemia da COVID-19 acarretou o isolamento social, mudanças comportamentais e nas rotinas de atividades diárias dos adolescentes. Este estudo objetivou verificar a associação entre comportamento sedentário, nível de atividade física, autopercepção de saúde, transtorno de ansiedade e sintomatologia depressiva em adolescentes de uma instituição pública federal de ensino na região do Triângulo Mineiro/MG, Brasil, em período de isolamento social, causado pela pandemia da COVID-19. E para isso, visou a) identificar a prevalência dos transtornos de ansiedade, sintomatologia depressiva, autopercepção de saúde, nível de atividade física e comportamento sedentário no adolescente; e b) Associar o tempo despendido em atividade física com o tempo em comportamento sedentário com a ansiedade, sintomas depressivos e autopercepção de saúde em adolescentes. E para alcançar esses objetivos, foi realizado um estudo de delineamento transversal, com amostra de 157 adolescentes de ambos os sexos, durante a pandemia da COVID-19. Estudantes do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) responderam de forma online o Questionário de Comportamento do Adolescente Catarinense (COMPAC), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de Depressão de Beck-Segunda Edição (BDI-II). Para comparar proporções utilizou-se o teste Qui-quadrado (χ2), e para encontrar os fatores associados aos desfechos avaliados a Regressão de Poisson. No primeiro artigo apresentado, os sintomas de ansiedade foram encontrados em 65,6% e a sintomatologia depressiva foi encontrada em 55,8% dos adolescentes. Adolescentes do sexo feminino apresentaram razão de prevalência (RP) = 1,8 maior de sintomas de ansiedade, e RP =1,7 maior de sintomatologia depressiva quando comparadas aos adolescentes do sexo masculino. Adolescentes com autopercepção de saúde negativa apresentaram uma RP = 1,3 maior de sintomas de ansiedade, e RP = 1,6 maior de sintomatologia depressiva em relação aos adolescentes que possuíam autopercepção de saúde positiva. O estudo concluiu que os sintomas de ansiedade e sintomatologia depressiva associaram-se ao sexo e a autopercepção de saúde em adolescentes de uma instituição federal de ensino. O segundo artigo, constatou que a maioria dos adolescentes realizavam atividades passivas no lazer (65,4%), 83,0% eram inativos fisicamente. Houve prevalência de 66,0% autopercepção de saúde positiva em adolescentes. Adolescentes que dormiam bem às vezes (RP= 2,8), quase nunca ou nunca (RP= 3,6), apresentaram maior razão de prevalência da autopercepção de saúde negativa quando comparadas aos adolescentes que dormiam bem sempre ou quase sempre. Adolescentes que possuíam sintomatologia depressiva apresentaram razão de prevalência (RP)= 1,9 maior de autopercepção de saúde negativa quando comparadas aos adolescentes sem sintomatologia depressiva. Este estudo concluiu que a autopercepção de saúde associou-se ao sono e sintomatologia depressiva em adolescentes de uma instituição federal de ensino.

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