Comportamento de Variáveis Cardiorrespiratórias em Idosos e Jovens Durante 15 Minutos de Recuperação Após Esforços de Diferentes Intensidades
Por Paulo de Tarso Veras Farinati (Autor), Jacques H. P. Vanfraechem (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 5, n 6, 1999.
Resumo
Sabe-se pouco sobre os efeitos do envelhecimento na recuperação pós-esforço (RP). O estudo observou a RP em 15 idosos (GI, idade = 61 ± 1 anos) e 15 jovens (GJ, idade = 22 ± 2 anos) após atividades de três intensidades (IE) em cicloergômetro. Realizaram-se testes máximos, com incremento de 30W/min para GJ e de 25W/min após detecção de steady-state para GI. Posteriormente, os grupos pedalaram a 40% e 75% da carga máxima, respectivamente, 25 e 15 minutos. Foram acompanhados VO2, VCO2, VE e FC nos primeiros 15 minutos da RP nas três IE. O tratamento dos resultados compreendeu: a) teste de ajustamento das curvas experimentais a equações com uma ou duas exponenciais; b) cálculo do valor dos componentes para a equação mais ajustada; c) análise das constantes extraídas. Os desvios de ajustamento foram inferiores para uma curva de duas exponenciais, definida por integral de tempo na forma A/a +B/b. A/a designa a componente rápida da recuperação e B/b a lenta. Quando comparados os grupos, GI mostrou constantes maiores que GJ, evidenciando recuperação mais lenta nas duas fases. Subdividindo os componentes, em GI e GJ as constantes de velocidade de recuperação rápida (1/a) para VO2 e VCO2 foram semelhantes nas três IE, enquanto para a constante lenta (1/b), os valores para GI indicaram maior dependência em relação à carga. A recuperação da FC revelou-se extremamente dependente da IE para GJ. Para GI isso foi menos evidente, talvez por menor possibilidade de elevação da FC. A VE em GJ comportou-se de forma similar ao VO2 e VCO2. Porém, para GI as constantes de tempo foram mais lentas, mais associadas à IE que os demais parâmetros. Conclui-se: a) pode existir uma constante comum para a chamada 'fase alática' da curva de recuperação do VO2 e do VCO2, independentemente da IE e da idade; b) as diferenças entre GJ e GI podem dever-se às menores potência aeróbia máxima, termorregulação e eficácia do tampão respiratório nos idosos.