Comportamentos de risco para deficiência de energia relativa no esporte em jovens ginastas rítmicas brasileiras de alto rendimento
Por Renata Rebello Mendes (Autor), João Henrique Gomes (Autor), Marcia Regina Aversani Lourenço (Autor), Raquel de Jesus Silva (Autor), Vinícius Oliveira Menezes (Autor), Igor Leite Marques (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 20, n 6, 2021.
Resumo
A ginástica rítmica é uma modalidade esportiva estética, cujas regras encorajam biotipo longilíneo e magro, expondo ginastas ao risco de deficiência energética relativa no esporte (RED-S). Objetivo: Analisar comportamentos de risco para RED-S em ginastas brasileiras de alto rendimento de categorias pré-infantil, infantil e juvenil, com destaque nacional e internacional. Métodos: 36 atletas brasileiras (10 pré-infantis, 9 infantis e 17 juvenis) foram avaliadas quanto à composição corporal, maturação sexual e risco de transtornos alimentares. A investigação de volume de treinamento, ciclos menstruais, monitoramento de densidade mineral óssea e de exames laboratoriais, ocorrência de fratura por estresse, acompanhamento nutricional especializado e consumo de suplementos alimentares realizou-se por questionário de Ackerman adaptado. Resultados: As ginastas apresentaram volume de treinamento semanal de 27,32 horas, % de massa gorda de 12,1 ± 2,8, sendo as infantis as de menor adiposidade. Quanto à maturação sexual, 66,1% encontravam-se na fase púbere, e nenhuma atleta chegou à fase pós-púbere. A frequência de risco de transtornos alimentares foi de 55,6%, sendo as juvenis mais afetadas (70,6%). Apenas 47,1% das juvenis apresentaram menarca. Somente 36,1% têm acesso a nutricionista esportivo, enquanto 16,7% avaliaram a densidade mineral óssea ao menos uma vez na carreira, e 52,8% realizam exames laboratoriais regularmente. Foi relatada fratura por estresse por 22,2% das ginastas, sendo 44,4% nas juvenis. Encontrou-se suplementação alimentar em 36,1% das ginastas, com destaque para vitaminas C e D e proteínas. Conclusão: Foram encontrados comportamentos de risco para RED-S em jovens ginastas rítmicas brasileiras de alto rendimento, com destaque para transtornos alimentares, especialmente na categoria juvenil.