Resumo

A ginástica rítmica é uma modalidade esportiva estética, cujas regras encorajam biotipo longilíneo e magro, expondo ginastas ao risco de deficiência energética relativa no esporte (RED-S). Objetivo: Analisar comportamentos de risco para RED-S em ginastas brasileiras de alto rendimento de categorias pré-infantil, infantil e juvenil, com destaque nacional e internacional. Métodos: 36 atletas brasileiras (10 pré-infantis, 9 infantis e 17 juvenis) foram avaliadas quanto à composição corporal, maturação sexual e risco de transtornos alimentares. A investigação de volume de treinamento, ciclos menstruais, monitoramento de densidade mineral óssea e de exames laboratoriais, ocorrência de fratura por estresse, acompanhamento nutricional especializado e consumo de suplementos alimentares realizou-se por questionário de Ackerman adaptado. Resultados: As ginastas apresentaram volume de treinamento semanal de 27,32 horas, % de massa gorda de 12,1 ± 2,8, sendo as infantis as de menor adiposidade. Quanto à maturação sexual, 66,1% encontravam-se na fase púbere, e nenhuma atleta chegou à fase pós-púbere. A frequência de risco de transtornos alimentares foi de 55,6%, sendo as juvenis mais afetadas (70,6%). Apenas 47,1% das juvenis apresentaram menarca. Somente 36,1% têm acesso a nutricionista esportivo, enquanto 16,7% avaliaram a densidade mineral óssea ao menos uma vez na carreira, e 52,8% realizam exames laboratoriais regularmente. Foi relatada fratura por estresse por 22,2% das ginastas, sendo 44,4% nas juvenis. Encontrou-se suplementação alimentar em 36,1% das ginastas, com destaque para vitaminas C e D e proteínas. Conclusão: Foram encontrados comportamentos de risco para RED-S em jovens ginastas rítmicas brasileiras de alto rendimento, com destaque para transtornos alimentares, especialmente na categoria juvenil.

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