Comportamentos Relacionados à Atividade Física em Adolescentes de Florianópolis, Sc..
Por Xavier Corseuil Herton (Autor), Andreia Pelegrini (Autor), Diego Augusto Santos Silva (Autor), João Marcos Ferreira de Lima Silva (Autor), Marui Weber Corseuil (Autor), Édio Luiz Petroski (Autor).
Resumo
Introdução: A adolescência caracteriza-se por uma fase em que os jovens apresentam mudanças significativas nos padrões de comportamento relacionados à saúde, destacando-se, principalmente, os hábitos insuficientes de prática de atividades físicas, dentre outros.
Objetivo: este estudo investigou os estágios de mudança de comportamento (EMC) relacionados à atividade física, de acordo com o gênero e idade, em adolescentes de Florianópolis/SC.
Metodologia: a amostra foi realizada em duas etapas (divisão da cidade em regiões e sorteio de escolas e turmas), sendo composta por 1.108 adolescentes (437 rapazes e 671 moças) de 14 a 18 anos (16,03, ± 1,02) do ensino médio de escolas públicas da cidade de Florianópolis/SC. Utilizou-se um questionário estruturado e auto aplicado, para determinação dos EMC, gênero e faixa etária. A estatística descritiva determinou a distribuição de freqüências nas categorias de EMC de todo o grupo, por gênero e faixa etária. Empregou-se o teste qui-quadrado para medir a associação entre as proporções. A regressão logística multinomial estimou a associação dos EMC (05 categorias) com a idade (03 grupos etários), sendo a categoria "Manutenção" considerada como o grupo referência, adotando-se o intervalo de confiança de 95%.
Resultados: os resultados indicaram diferenças significativas (p<0,001) por gênero, com maior proporção de rapazes no estágio manutenção (48,1%), e proporção mais elevada de moças nos estágios de contemplação (24,7%) e pré-contemplação (6,4%), permitindo inferir-se que os rapazes apresentam comportamento mais ativo que as moças. Não foram observadas diferenças na distribuição dos sujeitos nos diferentes grupos etários, apresentando proporção mais elevada de indivíduos no estágio manutenção (cerca de 35%). A análise de regressão multivariada dos EMC em relação à idade demonstrou associação para as moças de 17-18 anos, revelando que estas apresentam duas vezes mais chances (OR=2,05; IC95%=1,02-4,11) de estarem no estágio de contemplação que aquelas com 14-15 anos; para os rapazes, os resultados indicam que estar na idade entre 17-18 anos é um fator de proteção (OR=0,18; IC95%=0,05-0,64) para apresentar comportamento fisicamente ativo, comparados aos mais jovens.
Conclusão: estes achados permitem concluir que boa parte dos adolescentes das escolas públicas de Florianópolis, principalmente as moças, precisa incorporar em seus hábitos comportamentais cotidianos, uma prática regular de atividade física para que na fase adulta não apresentem desfechos negativos de saúde.