Resumo

Os objetivos do estudo foram de analisar, descrever, estabelecer comparações e identificar a extensão com que selecionados indicadores sóciodemográficos possam estar associados às prevalências de comportamentos de risco para a saúde em amostra representativa de universitários da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil. Foi utilizada uma amostra de 2.738 universitários, de ambos os gêneros, de 43 cursos de graduação (60 estratificados por turno e habilitação), matriculados no ano letivo de 2013. O instrumento utilizado para coleta de dados foi o Questionário de Comportamentos de Risco National College Health Assessment II (NCHA II). O questionário é constituído de 65 questões, divididas em indicadores sóciodemográficos e com comportamentos identificados nesta pesquisa como intencionais e não intencionais. O tratamento dos dados utilizou estatística descritiva para a caracterização sóciodemográfica da amostra, o cálculo do teste do Qui-quadrado para verificar a eventuais diferenças significativas entre ambos os gêneros, e ainda para os cálculos dos valores de odds ratio, nas variáveis que apresentaram significância P ≤ 20, estabelecidos por intermédio da utilização da análise de regressão logística binária, assumindo intervalos de confiança de 95%. Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico computadorizado SPSS – Statistics Package for Social Sciences, versão 17.0. Os principais resultados encontrados foram prevalências nos comportamentos de risco de 14,7% da amostra quanto ao uso do cigarro, 59,6% do consumo de bebidas alcoólicas, e prevalência de 10,6% no uso da maconha. Um total de 67,9% indicaram o uso de pílula anticoncepcional e 68,8% afirmou utilizar a camisinha masculina, como método contraceptivo. Na amostra, 47,8% relatou estarem ligeiramente ou muito acima do peso, 52,7% dos entrevistados realizam exercícios físicos de intensidade moderada (caminhada) de 1-7 dias/semana, e 39,0% em intensidade rigorosa (corrida). A pesquisa identificou ainda que 33,8% em ambos os gêneros afirmaram fazer exercícios de fortalecimento (musculação). Em relação às chances de ocorrer o comportamento de risco de dirigir após ingerir bebida alcoólica, risco maior se apresenta entre os rapazes de 21 a >26 anos, de cor de pele não branca, que residem sozinhos, trabalham de 20-39 horas semanais, dos cursos da área das Ciências Humanas e que estudam do 2º ao ≥4º ano. Quanto uso do tabaco, entre os rapazes, universitários de 21 a 23 anos, que residem em repúblicas estudantis, das áreas Jurídicas, Econômicas e Administração e das Ciências Humanas. Os rapazes de 21 a 23 anos, cor de pele branca, do 2º ano, dos turnos noturno e integral apresentam maiores chances de consumirem bebidas alcoólicas. Quanto ao uso da maconha, os rapazes que residem em repúblicas estudantis, das Áreas Jurídicas, Econômicas e Administração e das Áreas Humanas, estão expostos à maiores chances de uso. Quanto ao uso de cocaína, está entre os rapazes as maiores razões de chance, nas idades entre 24-26, da Área das Ciências Humanas. Sobre relações sexuais e não usarem preservativos como método contraceptivo encontram-se mais expostos os rapazes com idades entre 24 a 26 anos, do 3º ano do período noturno, casados ou que morem juntos com seus cônjuges, e que afirmaram trabalhar remuneradamente ≥ 40 horas. Com relação às chances de não praticar atividade física, foram encontradas proporções significativas apenas no gênero, onde as moças apresentam maiores razões de chances de não praticar de atividade física. Após a busca, análise e discussão dos dados obtidos nesta pesquisa, pode-se concluir que realizar pesquisa epidemiológica de característica comportamental na identificação de prevalência do risco, suas associações e as chances de ocorrer o desfecho entre as características sociodemográficas pode se constituir no alicerce necessário para a construção de políticas públicas ou privadas, focadas na busca da solução dos problemas específicos desta fração da sociedade universitária.

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