Comportamentos táticos que influenciam a eficiência de ações ofensivas em jovens futebolistas da categoria sub-15
Por Paulo Henrique Borges (Autor), Matheus de Oliveira Jaime (Autor), Julio Cesar da Costa (Autor), Luiz Fernando Ramos Silva (Autor), Leandro Rechenchosky (Autor), Vanessa Menezes Menegassi (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O gerenciamento do espaço de jogo tem sido reportado pela literatura como um aspecto fundamental durante o processo de formação esportiva, especialmente com jovens atletas. OBJETIVO: Analisar a influência dos comportamentos táticos sobre a eficácia das ações ofensivas em jovens futebolistas sub-15. MÉTODOS: A amostra foi composta por 63 sequências ofensivas realizadas durante 11 jogos por atletas sub-15 participantes de um clube brasileiro que disputou o campeonato brasileiro da primeira divisão no ano de 2016. As variáveis independentes "número de jogadores envolvidos", "número de toques na bola", "número de passes", "duração da sequência", "número de trocas de corredor" e as dependentes "sucesso total da jogada", "sucesso parcial da jogada" e "sem sucesso" foram analisadas por meio de vídeos. Por “sucesso total” entende-se todas as jogadas ofensivas que terminaram em gol. Já o “sucesso parcial” foi considerado quando as ações finalizadas na direção do gol foram defendidas pelo goleiro ou tocaram na trave. Por fim, foram classificadas como “sem sucesso” as sequências ofensivas que foram finalizadas para fora do alvo. A normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. A Regressão Logística Multinomial foi realizada para estimar as contribuições relativas das variáveis independentes sobre as chances dos desfechos das jogadas ofensivas. O nível de significância adotado foi 5%. RESULTADOS: Um contato a mais na bola durante a ação ofensiva diminuiu em 84% as chances dos jogadores sub-15 terem "sucesso total" na sequência comparados ao resultado da ação "sem sucesso" (OR = 0,16; p < 0,05). Relativamente ao "número de passes", cada passe adicional realizado no ataque aumentou em 4,8 vezes as chances de a ação resultar em "sucesso total" (OR = 4,85) e em 4,7 vezes as chances de "sucesso parcial" (OR = 4,74) quando comparados com o resultado "sem sucesso" (p < 0,05). CONCLUSÃO: A alta quantidade de passes envolvendo poucos jogadores parece ser um comportamento táticotécnico desejável para se atingir o sucesso em equipes sub-15.