Resumo

Fisiculturistas competitivos adotam estratégias de preparação para competição a partir dos períodos de denominados como off season ou bulking (OFF) e pre contest ou cuting (PRE), sendo comum a realização de estratégias nutricionais (EsN) como a carga de carboidrato (CHO) antes da competição no intuito de aumentar a massa muscular. No entanto, trata-se de uma estratégia com um número limitado de estudos e que apresentam controvérsias. Objetivo: Avaliar a composição corporal (CC) e espessura muscular (EM) após carga de CHO realizada por fisiculturistas como EsN competitiva e descrever características e variáveis de treinamento realizadas por estes atletas. Materiais e métodos: 20 fisiculturistas de categorias masculinas foram analisados no dia da pesagem oficial para competição (M1) e 24 horas de carga de CHO, dia da competição (M2). Medidas de CC em percentuais (Massa magra: %MM; Massa de gordura: %MG) e EM por ultrassonografia do vasto lateral (VL) e do bíceps braquial (BB); água intracelular (AIC); água extracelular (AEC) em porcentagem (%) e litros, água corporal total (ACT), ACT em relação a massa corporal (ACT/MC) por meio de impedância bioelétrica (BIA), recordatório de treino (RdT) e informações antecedentes sobre os períodos OFF e PRE, foram realizadas no M1. No M2 todas as medidas foram repetidas, exceto RdT e um registro alimentar (RA) das últimas 24 horas foi realizado. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. Resultados: Houve aumento significativo da %MM e redução para o %MG, mas não foi observado alterações da espessura muscular do VL (p= 0,526) e BB (p=0,888). Foi observado redução significativa para a AIC (L) (p<0,006) com TE moderado (TE=0,45). A ACT (L) e em relação a MC (ACT/MC), também apresentaram redução estatisticamente significativas (p= 0,004 e p= 0,007, respectivamente) com TE baixo para ACT (L) (TE=0,34) e moderado para a ACT/MC (TE= 0,57). Os atletas descreveram a realização de um menor número de repetições e maior utilização de pesos no OFF, com a realização de 4 exercícios por grupo muscular (45,5%) e o total de 4 series de exercícios (60%), enquanto no PRE realizavam 5 e 6 ou mais exercícios por grupo muscular (25 e 30%, respectivamente) e somente 40% realizavam 4 series. Foi descrito maior quantidade e duração de sessões de treinamento aeróbio no PRE. Conclusão: A carga de carboidratos realizada pelos fisiculturistas deste estudo contribuiu com alterações na composição corporal e compartimentos hídricos sem efeitos sobre a espessura muscular. Os fisiculturistas parecem realizar maior quantidade de treinamento aliado a manipulação dos CHO na dieta no período pré-competição, tendo em vista redução de gordura e manipulação do físico.

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