Resumo

A obesidade na população infanto-juvenil tem crescido de forma alarmante no Brasil e no mundo (NUNES et al., 2015; NG et al., 2014), tornando-se importante o estabelecimento de estratégias para o combate dessa epidemia (TASK-FORCE, 2015). Entre as possibilidades de intervenção, encontrase os programas multiprofissionais de tratamento da obesidade (PMTO), que geralmente, envolvem profissionais de diferentes áreas da saúde (educação física, nutrição, psicologia, medicina). Benefícios em variáveis de composição corporal são comuns em intervenções multiprofissionais para o tratamento da obesidade de crianças e adolescentes (DÂMASO et al., 2014). O estudo NUTRIBRACOL avalia a efetividade das ações voltadas às mudanças de comportamentos de risco à saúde no Brasil e na Colômbia baseadas na alimentação e atividade física em adolescentes. OBJETIVO: Comparar os parâmetros da composição corporal e antropométricos de adolescentes brasileiros e colombianos que apresentam excesso de peso. MÉTODOS: Foram avaliados 138 adolescentes com excesso de peso, brasileiros (n = 69) e colombianos (n = 69), com idade de 16,3 ± 0,2 e estágio maturacional ―pós-púbere‖. Foram avaliadas as variáveis massa corporal (MC), estatura, índice de massa corporal (IMC), massa de gordura relativa (MGR) e massa magra (MM), circunferência de cintura (CC) e quadril (CQ). A composição corporal foi avaliada pelo método não invasivo de bioimpedância elétrica (BIA) através do equipamento bioimpedância multifrequencial octapolar Biospace InBody 520 para o Brasil e InBody 370 para a Colômbia, seguindo as recomendações de Heyward (2001) e as circunferências foram realizadas obedecendo à padronização de Lohman (1988). O estágio de desenvolvimento puberal foi determinado a partir do método de Tanner (1986). O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 463/2009. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de KolmogorovSmirnov e as análises inferenciais entre os grupos foram obtidas pelo teste U de Mann-Whitney e teste-t para amostras independentes, o nível de significância adotado foi de P ≤ 0,05. RESULTADOS: Independente do sexo, adolescentes brasileiros e colombianos apresentaram diferença significativa para as variáveis da Idade (P < 0,001), MC (P < 0,001), IMC (P = 0,001), CQ (P = 0,005) e MM (P < 0,001). A análise dos dados demonstrou que há uma certa equidade das variáveis antropométricas e de composição corporal entre os meninos brasileiros e colombianos, com exceção da MM (P = 0,004). Tal fato se mostrou inverso entre as meninas, onde, para a maioria das variáveis, houve diferença, exceto para estatura (P = 0,055) e MGR (P = 0,109).