Editora Editora da Universidade Federal do Amapá. None None. 102 páginas.

Sobre

A ideia de escrever sobre o desenvolvimento de um esporte não olímpico, que luta para permanecer nos Jogos Pan-americanos, mas que possui um sucesso popular e midiático ainda a ser estudado pelos teóricos da comunicação, é uma demonstração de originalidade e coragem em um país dominado pela cultura televisiva do futebol de campo, dos carros de Fórmula Um e de algumas modalidades que possuem alguma visibilidade quando conquistam medalhas, como é o caso recente do voleibol. Jefferson Ferreira Saar é o espelho da vontade de vencer do futsal, uma vertente do futebol que possui muitos adeptos nas cidades brasileiras, justamente pela acessibilidade do esporte, praticado em diversos espaços urbanos, como uma rua, uma garagem e, é claro, em quadras existentes em condomínios, nos parques, ginásios e colégios. O futsal é assim, porque populariza cada vez mais o futebol neste Brasil, em que os campos de grama estão cada vez mais escassos e caros. A paixão pelo futsal está relacionada aos grandes momentos do esporte brasileiro. Como na dança, a classe e o charme do antigo futebol de salão, nomenclatura clássica que ainda permanece entre os salonistas, aliaram o talento e a criatividade do nosso povo. São, até agora, seis conquistas em mundiais (2008-1996-1992-1989-1985-1982), trajetória iniciada na cidade de São Paulo, em 1982, com o Ginásio do Ibirapuera, um templo dos esportes de quadra, completamente lotado. O torneio ainda era organizado pela FIFUSA (Federação Internacional de Futebol de Salão), do famoso e inesquecível cartola Januário D´Aléssio Neto. O jogo final contra o arquirrival Paraguai mexeu com o país, sendo transmitido ao vivo pela Rede Globo de Televisão, com narração de Luciano do Valle. O jogo terminou com o placar de um a zero, com gol de Jackson, melhor jogador do mundial. Só que a partida valeria muito mais, porque também marcaria o início da história vitoriosa deste esporte. Aquele jogo de salão consolidaria um período de glória do futebol brasileiro, marcado pela excepcional performance do selecionado nacional na Copa da Espanha, também em 1982. Maravilhoso porque uma derrota seria tratada, posteriormente, como uma das maiores conquistas do futebol-arte. A tragédia de Sarriá, marcada pelos três gols de Paolo Rossi na vitória da Itália por três a dois, não comprometeria, mas sim valorizaria a campanha brasileira. Leandro, Júnior, Sócrates, Falcão (marquem esse nome), Zico e os outros dezoito craques eleitos pelo mago Telê Santana, o maior treinador da história do futebol brasileiro, ficarão sempre marcados na memória do torcedor que gosta de um bom jogo de bola, com dribles e gols.

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