Resumo

O presente estudo investigou os efeitos das induções de diferentes concepções de capacidade na aprendizagem motora de uma tarefa de arremesso em crianças de 6, 10 e 14 anos de idade. Em cada faixa etária, diferentes grupos receberam instruções de concepções fixas (GF) ou concepções maleáveis (GM) antes do inicio da prática. Os participantes (n=120) realizaram uma tarefa de arremessar saquinhos de feijão de olhos vendados com a mão não dominante, tendo o objetivo de acertar o centro de um alvo a uma distância de 3 metros. Todos os participantes realizaram 40 tentativas de prática e receberam feedback verídico sobre sua performance depois de cada tentativa. Um dia após a fase de aquisição, foi realizado um teste de retenção e um teste de transferência (4 m), sem feedback ou instrução sobre concepções de capacidade, constando de 10 tentativas cada. Como esperado, os resultados demonstraram que os participantes mais velhos obtiveram escores de precisão mais elevados, nas fases de aquisição e retenção/transferência, em relação aos participantes mais jovens. Mais Importante, instruções induzindo a maleabilidade da habilidade (GM) na fase de prática resultaram em maior precisão do arremesso nas fases de retenção e transferência em relação aquelas induzindo estabilidade da capacidade (GF). Assim, pode-se concluir que a indução de concepções de capacidade influenciou a aprendizagem da tarefa de arremessar em crianças, independente da faixa etária. Achados anteriores (Wulf & Lewthwaite, 2009) sugerem que as concepções de capacidade facilitam a automaticidade do controle de movimento, provavelmente por reduzir as preocupações dos sujeitos sobre o seu desempenho e capacidade. Os presentes achados adicionam à evidência crescente de influências motivacionais sobre a aprendizagem de habilidades motoras e demonstram que estes efeitos podem ser generalizados para crianças. Os resultados ressaltam a importância de como as instruções são utilizadas no contexto de ensino e aprendizagem.

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