Concepções de Lazer, Formação e Intervenção Profissional em Programas Governamentais
Por Marcela Gomez Alves da Silva (Autor), Dagmar Aparecida Cynthia França Hunger (Autor), Luciene Ferreira da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL v. 4, n 2, 2017.
Resumo
Este artigo objetiva analisar as concepções de lazer apresentadas e discutidas por estudiosos e pesquisadores evidenciadas na literatura e, especificamente, a formação e intervenção profissional de agentes sociais que atuam em programas governamentais, numa perspectiva histórica e sociológica, tendo como fundamentação teórica os conceitos do sociólogo,alemão Norbert Elias, pois consideramos que os Agentes envolvidos se constituem de experiências pessoais e sociais, as quais são resultados de diferentes configurações sociais e que, as relações de poder existentes na sociedade influenciam a implementação, o andamento e os resultados de ações de políticas públicas, como é o caso dos programas governamentais envolvidos na pesquisa. Nesse sentido, buscamos responder às seguintes questões: Quem são os agentes sociais que atuam em programas de lazer propostos pelo governo federal, no que diz respeito à sua formação acadêmica? No tempo presente, os agentes sociais intervêm ou atuam em conformidade com qual concepção do lazer: assistencialista, educacional, emancipadora, crítica? (MARCELLINO, 2004; ISAYAMA, 2003; MELO, 2006). Para tanto, realizamos entrevistas com os agentes sociais que atuavam em dois programas do Governo Federal da cidade de Bauru-SP, os quais não possuem formação de pessoal para atuar nos locais, enfatizando sua formação inicial e continuada, bem como a atuação e intervenção profissional em políticas públicas de lazer, visando uma compreensão das suas concepções sobre os conceitos de lazer e as relações entre a realidade observada na pesquisa, das idealizadas pelos programas envolvidos. Da coleta de dados e análises, constatamos que a concepção que os Agentes sociais possuem do lazer passam a ser do senso comum, na medida em que não se percebem enquanto mediadores sócio-culturais atuando em uma política pública de lazer, além de não se sentirem seguros em trabalhar em locais dessa natureza, nesse sentido, percebem que tais ações acabam se tornando assistencialistas nos programas oferecidos pelo Governo. Assim, concluímos que seja necessário um processo formativo baseado em estudos do lazer junto aos indivíduos que compõe a sociedade e sobre as relações de poder existentes para que tais ações possam vir a transformar a realidade.