Resumo
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do condicionamento físico precoce (iniciado 15 dias após a cirurgia de revascularização do miocárdio) sobre aspectos da capacidade funcional de pacientes.Foram estudados 22 indivíduos do sexo masculino com idade média de 52 anos, com freqüência mínima de 70% às sessões de atividade física. Os pacientes foram divididos em dois grupos (11 cada).Os indivíduos do grupo A participaram do programa clássico de treinamento físico (Fase III), iniciado após três meses de cirurgia de revascularização do miocárdio; a intensidade média de treinamento foi 70% da reserva da freqüência cardíaca máxima, freqüência de três vezes por semana e duração de uma hora.Os indivíduos do grupo B iniciaram o programa de treinamento físico 15 dias após a cirurgia de revascularização do miocárdio (Fase II), com intensidade de treinamento até cinco unidades metabólicas, freqüência de três vezes por semana e duração de uma hora e quinze minutos.Designou-se como tempo 1 o período de três meses após a cirurgia (início da Fase III) e como Tempo 2 o período de seis meses após a cirurgia (três meses após o início da Fase III). As avaliações nos tempos 1 e 2 foram: teste ergométrico, teste de flexibilidade de Kraus-Weber, flexibilidade coxofemural (flexão, elevação e abdução) e escápulo-umeral (flexão, extensão e abdução), as duas últimas medidas por goniômetro.Os resultados obtidos através das análises estatísticas foram:- o consumo máximo de oxigênio e o trabalho total aumentaram significativamente do tempo 1 para o tempo 2 em ambos os grupos. Porém, não houve diferença significativa entre os grupos tanto no tempo 1 como no tempo 2.- a flexibilidade no teste de Kraus-Weber e escápulo-umeral em flexão, foi significativamente maior no grupo B, nos tempos 1 e 2.Para as outras variáveis de flexibilidade estudadas não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos estudados, nem entre os tempos 1 e 2 de avaliação.Como conclusão, a introdução do condicionamento físico precoce (Fase II) para pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio, promoveu aumento de duas variáveis de flexibilidade, embora não tenha influído sobre as outras variáveis de flexibilidade nem sobre a capacidade aeróbia. O aumento da flexibilidade, observado no terceiro mês do programa e persistente até o sexto, pode repercutir sobre a qualidade de vida.