Condições de Trabalho Docente no Município de Serrolândiabahia: Uma Análise da Saúde dos Professores
Por Carolina Maia de Araújo (Autor), Jéssica Pinho dos Santos (Autor), Michael Daian Pacheco Ramos (Autor).
Em XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII CONICE - CONBRACE
Resumo
1 INTRODUÇÃO
Este artigo é um recorte da pesquisa de final de curso vinculada ao curso de Educação Física da Universidade do Estado da Bahia. Neste trabalho iremos apresentar e discutir sobre alguns aspectos da saúde dos docentes da educação básica do ensino público da rede municipal da zona rural e urbana na cidade de Serrolândia-Bahia. Trataremos principalmente da prática de exercício físico, o consumo ideal de água e afastamento por licença médica. Portanto, discutir sobre a saúde dos professores(as) torna-se latente tendo em vista o agravamento das condições de trabalho e consequentemente a interferência nas condições de saúde dos docentes.
2 METODOLOGIA
Realizamos uma pesquisa de campo, com uma abordagem quantitativa através da aplicação de um Survey (BABBIE, 1999). Utilizamos como técnica de coleta de dados um questionário semi-estruturado (BOGDAN; BIKLEN, 1994) como perguntas abertas e fechadas composto de 75 questões. Os sujeitos da pesquisa foram os docentes da rede municipal do meio urbano e rural do município de Serrolândia-Bahia. Coletamos dados de 81 docentes. Estabelecemos uma análise descritiva (BOGDAN; BIKLEN, 1994).
3 DESCRIÇÕES E RESULTADOS.
Identificamos na análise de nossos dados que 42% dos docentes afirmaram não praticar nenhum exercício regularmente, 48,1% afirmaram praticar exercício regularmente por até 3 (três) vezes por semana, 7,4% afirmaram praticar acima de 3 vezes na semana e 2,5% não responderam a essa pergunta.
Ao serem questionados sobre o consumo suficiente de água durante o dia, 69,7% (55) dos docentes entrevistados afirmaram que consomem água suficiente e 32,1% (26) afirmaram que não.
Ao questionarmos os docentes sobre a solicitação de afastamento do trabalho por licença médica nos últimos 24 meses, percebemos um baixo índice de professores que necessitaram de afastamento, correspondendo um total de apenas 14,8% (12), 81,5% (66) afirmou não ter necessitado de afastamento e 3,7% (3) não responderam.
Entre os motivos mais frequentes do afastamento, com 16,7% do total de cada variável, está o estresse, doença músculo esqueléticas e problemas de voz. 41,6% destacaram a opção outros, uma vez que nenhuma das opções fornecidas justificava o motivo do afastamento, por último com 8,3% dos que necessitaram de afastamento por depressão, ansiedade ou nervosismo.
No que diz respeito ao tempo em que ficou afastado os resultados variam entre 1 dia a 6 meses de acordo com cada especificidade do problema. É importante destacar que do total de professores afastados, 41,7% (5), tiveram redução na sua remuneração no período de afastamento e em 58,3% (7) não houve redução.
De acordo com Gasparini, Barreto e Assunção (2005), os resultados de afastamento não podem caracterizar os problemas de saúde vividos pelos docentes, assim como estabelecer associações diretas desses problemas com os trabalhos por eles desenvolvidos. Entretanto, os indicadores colaboram para a elaboração de hipóteses que visem identificar associações do adoecimento com as características das escolas e as condições de trabalho vividas em suas dependências.
Nesse sentido, encontramos semelhanças entre nossos dados e a pesquisa desenvolvida no Brasil por Oliveira e Vieira (2010) apontando a pouca frequência dos docentes na realização de atividade física e consumo de água, bem como um número significativo de professores que solicitam o afastamento por motivo de saúde.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma, diante dos dados e implicações apontadas, percebemos que à saúde dos docentes da cidade de Serrolândia- Bahia apresentam dados que convergem com os resultados nacionais e isto exige a continuidade de estudos quem consigam desenvolver uma reflexão mais profunda sobre o tema.
5 REFERÊNCIAS
BABBIE, Earl. Métodos de pesquisa de Survey. Belo Horizonte. Ed: UFMG, 1999.
BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Editora: Portugal, 1994.
GASPARINI. Sandra Maria, BARRETO. Sandhi Maria, ASSUNÇÃO. Ada Ávila- O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde, Educação e Saúde, São Paulo, v. 31, nº 2, p. 189-199, maio/agosto.2005.
OLIVEIRA, Dalila Andrade; VIEIRA, Lívia Fraga (org). Trabalho na educação básica: a condição docente em sete estados brasileiros , Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2010.