Resumo

Este trabalho tematizou os espaços de lazer destinados às brincadeiras infantis localizados nos parques públicos da cidade de Curitiba, os chamados Parques Infantis. Teve como objetivo diagnosticar quais são os modelos de espaços e brinquedos infantis presentes nos parques públicos da cidade de Curitiba e suas possíveis influências nas práticas lúdicas das crianças. Esta pesquisa foi desenvolvida em uma abordagem de cunho sociológica de metodologia qualitativa. Os instrumentos utilizados foram: (1) revisão de literatura, (2) mapeamento dos dados, (3) aplicação do protocolo para os espaços e brinquedos encontrados, (4) análise por meio de registros em diário de campo e fotográficos da dinâmica dos parques infantis, acompanhado da realização de entrevistas semiestruturadas com responsáveis por crianças presentes no local, (5) entrevista com um responsável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade. Após análise dos dados coletados, surgiram três categorias de análise: Quanto à infraestrutura do entorno do parque infantil, quanto ao espaço do parque infantil em específico e quanto às formas de apropriação destes espaços. Os resultados decorrentes deste estudo identificaram um conjunto de obstáculos referentes à organização e infraestrutura dos parques infantis e seus brinquedos que podem influenciar as vivências lúdicas das crianças, como parques concentrados na região norte da cidade diminuindo a possibilidade de uso das crianças das demais regiões, falta de implantação e manutenção de bebedouros e lixeiras; banheiros próximos ao espaço em pouca quantidade e pouco acessíveis; falta de brinquedos adaptados, assim como deficiência no cumprimento das normas da ABNT na construção dos mesmos. Tais fatores apontam para a emergência de um trabalho conjunto de profissionais de várias áreas no sentido de criar mais oportunidades e qualidade para tais ambientes, pois atualmente os principais espaços públicos destinados à vivência lúdica de crianças no meio urbano são as praças e parques. Porém, mesmo frente às dificuldades encontradas, identificou-se que seja qual for o espaço ou o controle sobre os quais as crianças estão submetidas, aquelas que têm acesso a estes espaços brincarão, o que não justifica ou minimiza a necessidade de melhorias dos mesmos, visando qualificar mais as brincadeiras e dando acesso a mais crianças, como crianças especiais e de regiões mais afastadas do centro da cidade. Salientamos, portanto, que torna-se urgente garantir para todas as pessoas uma cultura de espaços públicos abertos de qualidade, com segurança, respeitando, estimulando e favorecendo o potencial lúdico a partir da infância com reflexos sociais por toda vida.

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