Conhecimento de Resultados (cr) e Aprendizagem Motora: Efeitos da Freqüência Relativa de Fornecimento
Por João Vitor Alves Pereira Fialho (Autor), Herbert Ugrinowitsch (Autor), Rodolfo Novellino Lacom Benda (Autor), Guilherme Menezes Lage (Autor), Alessandro Teodoro Bruzi (Autor), Leandro Palhares (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Este estudo teve como objetivo verificar os efeitos da freqüência relativa
de CR na aquisição de habilidades motoras seriadas. Utilizou-se nesse estudo 30 voluntários, com idade média de 23 ± 3,8 anos e sem experiência
prévia com a tarefa, distribuídos aleatoriamente em três grupos (n= 10). A
tarefa utilizada foi o transporte de bolas de tênis entre os recipientes de
uma plataforma de madeira, com seqüenciamento e tempo-alvo predeterminados. Os sujeitos praticaram 60 tentativas na fase de aquisição recebendo CR com 100%, 66% ou 33% de freqüência (G100, G66 e G33,
respectivamente). Após dez minutos realizou-se o teste de retenção imediato, com 10 tentativas da mesma tarefa da fase de aquisição, porém sem
fornecimento de CR. Em seguida, realizou-se o teste de transferência imediato, com 10 tentativas de um novo seqüenciamento e tempo-alvo. No
dia seguinte, realizaram-se os testes de retenção e transferência atrasados,
mantendo as mesmas características do dia anterior. A ANOVA two way
com medidas repetidas no segundo fator e o teste post hoc de Tukey não
acusaram diferenças, na média e no desvio padrão do erro absoluto, entre
os grupos em nenhuma fase do experimento. Entretanto, na análise da
média do erro absoluto a ANOVA two way com medidas repetidas no
segundo fator e o teste post hoc de Tukey indicaram diferenças na interação
entre grupos e blocos de tentativas, apontando um desempenho inferior
do G66 em relação ao G100 e G33, durante os testes. Em relação aos
efeitos relativamente duradouros da aprendizagem, detectados nos testes
de 24 horas, os resultados contrariam a premissa que o CR fornecido com
freqüência de 100% é prejudicial à aprendizagem. Uma possível justificativa é o fato de a tarefa ser simples, ou seja, dez tentativas são suficientes
para a estabilização do desempenho. No entanto, outros estudos que utilizaram a mesma tarefa apresentaram diferenças entre grupos. Assim, novos
estudos devem ser conduzidos para investigar o papel da freqüência relativa de CR em função de tarefas com características distintas