Resumo

Introdução: O afogamento é uma das principais causas de morte por acidentes em crianças no mundo (Gilchrist et al, 2014) e o Brasil, infelizmente apresenta uma das maiores estatísticas deste tipo de ocorrência (Klar et al, 2013), entretanto, apesar dos dados alarmantes, ainda são limitados os dados sobre o número de crianças com lesões neurológicas de diferentes magnitudes resultantes do encontro abrupto e despreparado com o ambiente aquático (Dueñas, 1998; Lypton, 2000). É consenso na literatura acadêmica, que diferentes estratégias devam ser desenvolvidas para minimizar estes dados estarrecedores, entre elas, a conscientização por parte dos pais e familiares de crianças sobre os fatores que podem predispor este tipo de ocorrência e como evita-los (Morrongiello, et al. 2013; 2014). Scorcine, et al. (2009), propuseram e testaram os efeitos de uma palestra de curta duração para tutores de crianças, sobre a conscientização dos fatores mais relevantes para minimizar os riscos do afogamento infantil, e os resultados demonstraram efeitos robustos e potencialmente efetivos, entretanto, ainda é comum crendices de que tutores que dominam as habilidades do nadar tenham consciência dos riscos potenciais da interação de crianças sem habilidades de autossuficiência na água e este ambiente. Portanto, é intrigante do ponto de vista investigativo um aprofundamento sobre esta temática. Objetivo: Analisar a magnitude de relação entre o domínio aquático e a conscientização dos riscos de afogamento na infância. Metodologia: Onze tutores de crianças receberam um questionário contendo 14 questões fechadas envolvendo conhecimento das causas que predispõem o afogamento infantil e fatores de prevenção. Em seguida, todos participaram de uma palestra informacional sobre a temática realizada por profissional de Educação Física da área aquática. Posteriormente, o questionário foi reaplicado aos participantes para análise dos efeitos da informação experienciada. No mesmo dia os voluntários foram avaliados na piscina quanto ao domínio de sete habilidades de autossuficiência aquática (Florêncio et al., 2012) sendo elas; flutuação em decúbito dorsal, apneia prolongada, apneia intermitente, mudança de decúbito, deslocamento, deslocamento com flutuação e saída da água. Cada habilidade tem uma pontuação que vai de 1 a 4 sendo a mais baixa para “não domina” e a mais alta para “domina muito bem”, onde a pontuação total máxima chega a 28 pontos. Estatística: O teste de Wilcoxon foi utilizado para análise da influência da palestra e o teste de correlação de Spearman foi usado para inferir a magnitude de correlação entre o domínio da prática e o conhecimento teórico. Resultados: Desempenho no domínio das habilidades de autossuficiência aquática (DHAS). Número de acertos (AC) e erros (ER) identificados antes e pós palestra informacional sobre o conhecimento das causas que predispõem o afogamento infantil e fatores de prevenção, respectivamente (SPI) e (PI). Diferença relativa na quantidade de acertos. CONCLUSÃO: A palestra informativa mostrou-se eficiente para a conscientização dos riscos e cuidados quando se trata de afogamento infantil, mas não foi evidenciado correlação entre os níveis de habilidade de autossuficiência na água e a magnitude de conhecimento dos riscos de afogamento, indicando que domínio prático do tutor não garante conhecimento de prevenção.
 

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