Considerações finais sobre a pesquisa com professores e praticantes com deficiência

Parte de Aspectos da inclusão da pessoa com deficiência e o jiu-jitsu brasileiro: uma proposta de formação continuada . páginas 81 - 84

Resumo

Inicialmente, é importante salientar que não devemos analisar os resultados desta pesquisa sob o viés de que o Jiu-Jitsu Brasileiro seja uma prática melhor ou mais adequada que qualquer outra no processo de inclusão das PcD. Tampouco devemos nos aproximar do discurso ilusório de que o esporte é imprescindível nesse processo ou um caminho ideal. É necessário atentar que o Jiu-Jitsu Brasileiro é apenas uma lente, um ponto observado pelo pesquisador, dentro do amplo universo de questões relativas à justiça social e inclusão. Os benefícios relatados pelos praticantes poderiam ter sido adquiridos em quaisquer outros ambientes e são devidos basicamente a dois fatores primordiais. A quebra do estigma e o acesso. O direito de engajar e participar de quaisquer atividades pode parecer pleno, mas não é. As barreiras são diversas, e não se impõem somente as PcD, mas a vários outros grupos que, de alguma forma, são estigmatizados e colocados à margem da sociedade. No caso das PcD, as barreiras impostas a participação se acumulam e vão desde a questão arquitetônica até as barreiras criadas nas relações sociais. Os conceitos de desenho universal para arquitetura e para aprendizagem surgem como saltos procedimentais que vão ao encontro do paradigma da inclusão. A acessibilidade é o ponto de partida para se respeitar o direito a participação, e através da participação e convívio social, se pode pensar em uma queda das barreiras sociais, geralmente relacionadas ao preconceito e estigmatização