Resumo

O objetivo desta pesquisa foi estudar a história do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O foco do estudo foi a análise da constituição do ensino superior em Educação Física no Espírito Santo através das práticas de ensino de seus professores formadores, responsáveis pelas disciplinas da área consideradas como setor das matérias Gímnico-Desportivas, assim designadas, segundo o Parecer n.º 864/69. Justifico a escolha dessas disciplinas por serem estas as matérias que, na Escola de Educação Física do Espírito Santo, sofreram mais dificuldades e alterações devido à insuficiência de espaço, tempo e material didático verificada em vários momentos, tendo os professores responsáveis por essas matérias que formular, meios de ministrar suas aulas, ainda que em locais não adequados. O trabalho privilegiou como questão central: Como se configurava o ensino, o cotidiano das práticas de ensino no CEFD-UFES, durante as décadas de 30 a 70, considerando as mudanças e transformações ocorridas durante todo o seu processo histórico desde a fundação da Escola de Educação Física do Espírito Santo até a inauguração do CEFD-UFES? A História Oral foi o procedimento metodológico que norteou a produção de fontes. A seleção dos entrevistados ocorreu através das fichas funcionais e em folhas de pagamento conseguidas no DRH-UFES e no Arquivo Morto do CEFD-UFES, sendo entrevistados 6 (seis) professores. Além das fontes orais, busquei fontes de naturezas diversas, tais como: documentos oficiais, currículos, regimentos, regulamentos e periódicos. Na pesquisa, concluí que os programas e currículos de cursos têm o seu mérito, entretanto, são os espaços físicos e os materiais didáticos e humanos que nortearam as práticas de ensino da instituição. Destaco, também, a relevância da figura do professor Aloyr Queiroz de Araújo cuja trajetória de vida está vinculada à história do CEFD-UFES e da Educação Física no Espírito Santo. Sobre a concepção de Educação Física e de formação de professores para os aqui tratados como mestres formadores, era uma visão nacionalista e de formação profissional técnico. A Escola possuía em seus quadros tanto profissionais que seguiam o que já estava proposto e obedeciam a ordens e regras, como docentes que procuravam efetuar uma formação que incitava o aluno a pensar e ter opiniões próprias. 

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