Resumo

NTRODUÇÃO: Promover a atividade física na atenção básica passa por mudar sua representação social, de técnica curativa e reparadora, junto aos profissionais de saúde. Isto se dará, dentre outras ações, pela educação transformadora do ser, a partir da problematização do mundo em que vive, em consonância com a proposta da Política Nacional de Educação Permanente, que rege as ações de formação em saúde na Estratégia de Saúde da Família. OBJETIVO: Construir e avaliar um programa educativo com os profissionais das equipes de saúde da família para a promoção de atividade física. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de intervenção com grupo controle, com trabalhadores de saúde de duas Unidades Básicas de Saúde de Ermelino Matarazzo, Município de São Paulo. O programa educativo foi composto de seis encontros de uma hora e meia de duração, entre julho e outubro de 2010. Os referenciais teóricos da construção do programa foram a Teoria Educacional de Paulo Freire e a Educação Permanente. Para o processo de investigação temática, foram realizados dois grupos focais ao início do estudo e para a avaliação do efeito do programa educativo sobre o significado da prática de atividade física e aconselhamento sobre atividade física, realizou-se um grupo focal com os participantes ao final do programa. Além disso, todos os encontros foram registrados pelo professor e por um observador independente. Todo o material qualitativo foi analisado segundo o método de análise da conversação e da fala. O efeito do programa sobre comportamentos de saúde relacionados à atividade física foi avaliado a partir da comparação dos grupos segundo a média das diferenças dos valores antes e depois da intervenção para as variáveis de atividade física no tempo livre e de deslocamento, o uso de televisão e de computador, e a soma de barreiras para a prática de atividade física no tempo livre, a partir do teste U de Mann-Whitney. Adotou-se como nível de significância o valor de p < 0,05 para todas as análises. RESULTADOS: O programa educativo para a promoção de atividade física teve ótima aceitação entre os ACS e auxiliares de enfermagem, tendo sido observadas alterações positivas sobre o significado da prática de atividade física e nova percepção sobre o aconselhamento feito pelos profissionais. Foram observados importantes limitantes institucionais à promoção de atividade física. CONCLUSÃO: O programa educativo promoveu alterações positivas no significado da prática de atividade física e na qualidade do aconselhamento junto aos profissionais de saúde, sendo também reconhecido por estes como espaço de diálogo e acolhimento. Entretanto, para que as potencialidades do programa sejam plenamente aproveitadas, é imprescindível superar limitantes institucionais à promoção de atividade física e de aprendizagem em serviço

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