Resumo
Introdução: Devido a aumento da longevidade da população, nos últimos ano tem-se observado um aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e com isso a ocorrência de desordens musculoesqueléticas associadas às doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares têm sido associadas à presença de desordens musculoesqueléticas. A dor presente nestas comorbidades pode constituir um fator limitante para prática de exercício nesta população. No entanto foi encontrado apenas um instrumento específico para avaliar a dor musculoesquelética em participantes de programas de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM). Neste contexto, o objetivo deste estudo foi construir e validar um instrumento e avaliar a dor musculoesquelética a dor musculoesquelética em participantes de RCPM. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, com amostragem não probabilística. Foram realizados procedimentos teóricos, empíricos e analíticos. Participaram do estudo 87 indivíduos, de ambos os sexos, participantes de programas de RCPM na cidade de Florianópolis. A análise de concordância entre avaliadores (juízes) foi verificada pelo teste w de Kendall, a consistência interna dos itens por meio do alfa de Cronbach, e reprodutibilidade e estabilidade de medidas através do teste e reteste (Coeficiente de correlação intraclasse - CCI e Coeficiente de Kappa). Para a da dor musculoesquelética Para análise descritiva dos dados, foi utilizado distribuição de frequências (n,%), média de desvio padrão (m, DP). A associação de variáveis categóricas foi realizada por meio do teste de Qui-quadrado. As médias foram comparadas pelo teste T para amostras independentes. Resultados: A concordância entre avaliadores se mostrou significativa (p=0,001). A consistência interna apresentou valores satisfatórios (alfa-Cronbach>0,82). O teste-reteste sinalizou boa reprodutibilidade e estabilidade de medidas (CCI<0,40 e Kappa<0,60). Dos 87 indivíduos, 65,5% eram homens, com idade média 65,33 (DP±9,96), a maior parte com IMC>25Kg/m2 observou-se que 64, % apresentou dor, sendo 48,3% em repouso, com características predominantemente de dor crônica. Os locais de dor mais referidos foram coluna lombar, joelho e ombro, tanto no repouso como durante o exercício. As características clínicas dos indivíduos com e sem dor eram semelhantes e não houve associação da dor um com diagnóstico específico. Em relação aos aspectos psicossociais e prática de exercício, os escores referentes as estas questões apresentaram média de 22, 55 (DP±20,94) de um total de 100 pontos, sugerindo baixa interferência. Conclusão:A avaliação da dor musculoesquelética em participantes de programa de RCPM, através do QADOM, possibilitou a prevalência de dor nos indivíduos, identificar as características das dores relatadas (locais, intensidade, tipo de dor), e sua interferência nos aspectos psicossociais e prática de exercício. Com isso conclui-se que o QADOM é um instrumento, sensível, prático e de fácil aplicação para ser utilizado na prática clínica.