Resumo

Ao implementar a sua política desportiva em Angola, a massificação – “um desporto para todos” – o MPLA definiu três áreas principais de actuação: o Desporto Militar, o Desporto Escolar e o Desporto no Trabalho. Dentro do projecto de construção do “novo desporto” – “sem alienação” –, a alta competição mereceu atenção especial por causa da imagem de Angola nas competições internacionais. Sendo a principal fonte de recursos para a sobrevivência de uma parte considerável da população, as empresas e unidades militares tiveram um papel fundamental no projecto de “desprofissionalização” do desporto. Logo, ao afiliar os clubes às empresas, dando aos seus atletas o estatuto de trabalhador desportista, estavam, teoricamente, a combater o desporto profissional. Assim, o propósito deste estudo será analisar a estratégia política do Desporto no Trabalho e as dificuldades da sua materialização. A partir da exploração da imprensa e da legislação da época, foi possível perceber que questões relacionadas aos recursos financeiros dos clubes e dos atletas, a má-gestão, a alocação das verbas do Estado de forma equitativa aos clubes, tal como hoje, são assuntos que já preenchiam as pautas das discussões desportivas.

Acessar