Continuidade na Prática de Atividade Física da Adolescência Para a Idade Adulta: Estudo de Base Populacional
Por Mario Renato Azevedo (Autor), Cora Luiza Araújo (Autor), Marcelo Cozzensa da Silva (Autor), Pedro Rodrigues Curi Hallal (Autor).
Em Revista de Saúde Pública v. 4, n 1, 2007. Da página 69 a 75
Resumo
OBJETIVO: Avaliar a associação entre a prática de atividades físicas sistematizadas na adolescência e o nível de atividade física no lazer na idade adulta, com ênfase nas diferenças quanto ao gênero. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional foi realizado em Pelotas, Brasil, 2003. Amostra representativa de domicílios foi selecionada em múltiplos estágios. Indivíduos com idades entre 20 e 59 anos foram entrevistados. As atividades físicas de lazer foram investigadas por meio do Questionário Internacional de Atividades Físicas. Dados sobre atividade física na adolescência foram baseados em recordatório. RESULTADOS: Entre os 2.577 indivíduos entrevistados, 27,5% foram classificados como suficientemente ativos e 54,9% relataram participação em atividades físicas sistematizadas na adolescência. Indivíduos envolvidos com atividade física na adolescência apresentaram maior probabilidade de serem suficientemente ativos na idade adulta (razão de prevalências ajustada 1,42; IC 95%: 1,23; 1,65). Este efeito foi mais forte entre as mulheres (razão de prevalências 1,51; IC 95%: 1,22; 1,86) se comparado aos homens (razão de prevalências 1,35; IC 95%: 1,10; 1,67). CONCLUSÕES: Estímulo à prática de atividade física na idade escolar pode ser uma intervenção importante contra a epidemia de inatividade física na idade adulta. Embora as mulheres tenham reportado menor atividade física na adolescência, o efeito desta experiência sobre o comportamento na idade adulta foi mais forte do que entre os homens.