Resumo

As experiências e vivências na infância são importantes para o desenvolvimento dos indivíduos nos mais diversos aspectos (motor, cognitivo e social). A Ginástica é uma prática que contribui para um desenvolvimento amplo através de oportunidades de movimento, através da manipulação, ou não, dos aparelhos com diferentes formas. OBJETIVO: Analisar a contribuição de ginástica para o desenvolvimento motor de crianças na Educação infantil. METODOS: Estudo de coorte com crianças atendidas em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) por um projeto de Extensão da Universidade Estadual de Goiás – Eseffego em Goiânia, que proporciona aulas de Ginástica para os alunos. Para comparar os dados encontrados, avaliou-se também o DM de crianças de mesma faixa etária em outro CMEI, na mesma região, que não são atendidos no programa. Para avaliação das habilidades motoras, utilizou-se a Escala de Desenvolvimento Motor– EDM (2002), que possibilita a definição do Quociente Motor (QMG) e Idade Motora (IMG). As aulas de Ginástica eram elaboradas com base nos movimentos característicos das modalidades gímnicas, e ocorreram no primeiro semestre de 2015, e a avaliação do DM foi realizada no segundo. Os dados foram tabulados e analisados com auxílio do programa Excel e do pacote estatístico SPSS versão 22.0. A comparação entre as médias realizadas pelo teste t para amostras independentes foi utilizando considerando p < 0,05. RESULTADOS: O estudo contou com a colaboração de 107 crianças com idade entre 4 e 5 anos, nas quais 82 compõe o grupo cujo CMEI disponibiliza as intervenções de ginástica (grupo experimental) e 25 são do grupo que não tiveram as intervenções (grupo controle). Em relação a IMG, o grupo experimental apresentou uma média de idade de 67,93 ± 13,67 meses enquanto o grupo controle apresentou 59,19 ± 10,03 meses, com diferença significativa (p = 0,001). O mesmo ocorreu no QMG, no qual no grupo experimental foi encontrado um valor de 120,7 ± 13,3 meses contra 98,42 ± 14,4 do grupo controle, com diferença significativa (p = 0,001). Quando analisada a habilidade motoras, apenas na Motricidade Global foi identificada diferença a favor do grupo controle (GE: 64,80 ± 18,47 vs GC: 75,11 ± 14,73 – p = 0,05), e nas demais a diferença não foi significativa. Ambos os grupos apresentaram prevalência de lateralidade cruzada (31,7%) e indefinida (17,7%) preocupantes. CONCLUSÃO: A prática da ginástica demonstrou contribuir de forma positiva para melhoria da idade motora geral e quociente motor de alunos na educação infantil, entretanto, não interferiu no desenvolvimento da lateralidade.