Resumo

O treinamento resistido (TR) é um clássico regulador anabólico, em que a ativação do eixo Akt/mTOR é um dos mecanismos mais conhecidos na hipertrofia muscular. Contudo, ainda é desconhecida a contribuição desse eixo na atrofia muscular. O objetivo desse estudo foi investigar a contribuição da via de sinalização Akt/mTOR na atenuação da atrofia muscular esquelética induzida pelo TR em ratos inoculados com tumor de Walker-256. Experimento 1: 37 ratos foram divididos nos seguintes grupos, controle (C, n=9), tumor (T, n=9), exercitados (E, n=9) e tumor-exercitados (TE, n=10). Os animais dos grupos T e TE foram inoculados com células de Walker-256 (4x107 em 500μl de solução salina (PBS) s.c no flanco direito) e os grupos C e E inoculados com 500μl de PBS. Os grupos E e TE realizaram o protocolo de TR com cargas progressivas durante 4 semanas. Experimento 2: 30 ratos foram divididos nos seguintes grupos, controle (C, n= 6), controle tratado com rapamicina (R, n=7), tumorexercitado (TE, n=8) e tumor-exercitado tratado com Rapamicina (TER, n=9). Os animais receberam rapamicina diariamente via gavagem (1mg/kg/dia em 200μl de água) ou placebo (200μl de água). Durante 4 semanas o tumor cresceu progressivamente representando 7±2% do peso corporal dos animais. O tumor reduziu o ganho de peso corporal (-9,85%), promoveu anorexia (-32,3%) e atrofia do músculo FHL (P75=-24%) favorecendo a diminuição da força muscular (-11.09%) em relação ao grupo C. Embora o crescimento do tumor não tenha modificado a expressão de RNAm de mTOR, resultou em menores níveis de expressão da proteína-chave P70S6K (-26,4%) e p-P70S6K (-33,7%) em relação ao C. Entretanto, o TR atenuou a anorexia (+22,18%), porém, não melhorou o ganho de peso corporal (+6,35%) em relação ao grupo T. Além disso, o TR promoveu maior expressão da proteína P70S6K (+141%) e da p-P70S6K (+165,1%). Porém, não houve diferença na razão P70S6K/p-P70S6K (+1,13%) em relação ao grupo T. Adicionalmente, o tratamento com Rapamicina combinado com TR atenuou a atrofia no músculo FHL (P75=+9,29) independentemente da via Akt/mTOR. O tumor promoveu maiores concentrações de leucócitos circulantes (+150%), monócitos (+185,6%), TNF-a (+238%), IL-6 (+422%), TBARS (+135%), AOPP (+656%), RNAm de FBXO-32 (+204%), expressão de MAFbx/atrogin-1 (+308%) e MuRF-1 (+388%) comparado com o C. Por outro lado, o TR resultou em menores concentrações de leucócitos circulantes (-37%), monócitos (-46,5%), TNF-a (-60,5%), IL-6 (-71,3%), AOPP (-81,2%), maiores níveis circulantes de IL-10 (+224%) e a razão IL-10/ TNF-a (+78%) em relação ao grupo T. Além disso, o TR resultou em menor expressão da proteína atrogin-1 (-43,2%) com relação ao grupo T. Portanto, a via de sinalização Akt/mTOR pouco contribui para atenuação da atrofia do músculo FHL induzida pelo protocolo de TR em ratos inoculados com tumor de walker-256. A diminuição da degradação proteica via ativação de alvos chave do sistema ubiquitina proteassoma paralelamente à redução de citocinas pró-inflamatórias circulantes e dano oxidativo no músculo esquelético foram mais determinantes para atenuar a atrofia muscular.

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