Resumo

Discussões no âmbito da política educacional, referentes aos ensinos regular e especial, têm emergido no panorama nacional. Nessa perspectiva, encontra-se o aluno com deficiência e, tendo em vista que a disciplina de Educação Física oferece oportunidade de convivência e desenvolvimento de cada aluno, este estudo tem como objetivo investigar como e em que medida a programação de atividades nas aulas de Educação Física tem se ajustado às necessidades especiais do aluno com deficiência matriculado no ensino comum e quais as implicações da formação do professor que ministra a disciplina, nessa ação. Participaram deste estudo 40 professores que ministravam a disciplina de Educação Física nas redes estadual, municipal e particular, nos ciclos I e II do ensino fundamental. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um roteiro de entrevista contendo 15 questões relacionadas a dois temas centrais de investigação: experiência dos professores na atenção aos alunos com deficiência, como os professores conduzem e percebem a participação desses escolares. Os resultados revelam que, no âmbito da programação de atividades, prevaleceram os exercícios físicos e jogos desportivos, tendo como finalidade a coordenação motora. Todos os participantes deste presente estudo negaram a utilização de material específico perante as necessidades especiais do aluno com deficiência. Apenas quatro professores responderam que realizavam pequenas mudanças, para a participação do aluno com deficiência nas aulas de Educação Física. O agrupamento de alunos pela reunião de diferentes turmas apresentou-se como uma prática pouco freq�ente, realizada de acordo com as atitudes e predisposição dos professores. Os professores confirmaram a participação de 50 alunos nas aulas, 92,6% da população de alunos com deficiência matriculados, dentre os quais 44 por sua própria iniciativa, bem como a aceitação dos alunos com deficiência pelos colegas de classe comum. Os dados também demonstram que a experiência dos professores na atenção ao aluno com deficiência parece não ter sido suficiente para alertá-los sobre seu papel na promoção de inclusão do aluno, uma vez que somente 9,1% desses participantes referiram a utilização de adaptações nas suas práticas escolares. Os dados deste trabalho apontam para a necessidade de capacitação dos professores que ministram a disciplina de Educação Física com foco dirigido para o conceito e a prescrição de adaptação de atividades, a fim de que a participação escolar do aluno com deficiência se amplie e se realize em consonância com os pressupostos da educação inclusiva.

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