Resumo

Introdução: Sendo a força uma das capacidades preponderantes do treino de alto
nível, no treino de atletismo, ela constitui-se como um elemento decisivo para a
eficácia da partida de blocos e consequentemente para o resultado nas provas de
velocidade. Por esta razão maior atenção deve ser dispensada no seu estudo,
particularmente na selecção dos diferentes meios e métodos para o seu correcto
desenvolvimento. O objectivo do nosso estudo foi estudar três meios de treino
(meio-agachamento, meio-agachamento com salto e agachamento completo,
habitualmente utilizados no treino de força de modo a analisar as suas possíveis
semelhanças e/ou diferenças com a partida de blocos. Material Métodos: A
metodologia empregue consistiu na realização de dois protocolos experimentais: 1)
um de pista, tendo sido avaliado as partidas de blocos (PB) e, 2) No laboratório,
através do qual foram avaliados exercícios de força pré-seleccionados. A amostra foi
constituída por um atleta júnior (2.º no ranking júnior nacional), especialista na
prova de 100 m, tendo como melhor prestação 10.89 s. Os dados cinemáticos das
PB e exercícios de força foram obtidos através de uma câmara de vídeo a uma
frequência de 25 Hz, colocada no plano sagital e sincronizada com a recolha da
actividade electromiográfica de 8 músculos (4 de cada membro inferior), a uma
frequência de 1000 Hz. Os dados cinemáticos foram tratados através do sistema
Ariel, na sua versão 2D. Foram desenvolvidas rotinas em Matlab para rectificar,
filtrar e calcular o RMS dos sinais EMG. Procedeu-se igualmente ao agrupamento
dos sinais EMG de cada MI no tempo e a sua interpolação de modo a obter igual
número de pontos para posterior comparação. Para o tratamento estatístico
recorremos a correlação cruzada e ao teste do Qui-Quadrado tendo sido mantido o
nível de significância em 0.05. Discussão dos Resultados: Os resultados obtidos no
nosso estudo apontam para uma fraca relação entre os exercícios escolhidos e a PB.
Apesar de termos encontrado algumas relações em algumas variáveis, não foram
encontradas semelhanças significativas. Assim, julgamos que os exercícios estudados
não podem ser classificados como especiais de força para a partida. Devem portanto
ser predominantemente utilizados na preparação geral do atleta.

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