Corpo, Arte e Maquinaria: Três Momentos da Modernidade em Walter Benjamin
Por Alexandre Fernandez Vaz (Autor).
Em VII Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O objetivo do presente trabalho foi compreender a relação entre os conceitos de Corpo, Arte e Maquinaria na teoria da Modernidade do filósofo Walter Benjamin. A referência principal foi o texto clássico "Aobra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" e as notas correspondentes à preparação do mesmo, reunidas nas Gesammelte Schriften.O trabalho foi dividido em quatro partes, desenvolvidas e articuladas dialeticamente. A primeira analisou o texto em sua localização histórica e intelectual, pautada por um tipo específico de crítica materialista. Importou saber, entre outras questões, a influência do materialismo de Bertold Brecht no método de análise apresentado. Asegunda parte procurou entender o conceito de Obra de Arte e suas características modernas, tendo sido fundamentais, para a presente reflexão, as categorias performance e teste. Neste quadro aparecem com destaque as notas a respeito dos Jogos Olímpicos de 1936 e a comparação destes com as Exposés parisienses. Emergiram então duas questões centrais para a análise, que são Representação (Esportiva) e Maquinização do Corpo, de onde puderam ser extraídos elementos para um conceito de Sujeito/Indivíduo. As conclusões apontam para a afinidade eletiva entre Corpo, Arte e Maquinaria - seja, por exemplo, no âmbito geral da estética, seja no do declínio da Experiência (Eríahrung) -, desde que cada conceito seja entendido em sua saturação pela materialidade do Moderno. Só na Modernidade o corpo pode ser maquinizado e como tal estetizado, assim como só modernamente podese conferir à arte um tipo específico de esportivização.