Resumo

O processo civilizador moderno deixou suas marcas no corpo, expressas pelo autocontrole e pela repressão aos impulsos espontâneos, alicerçando uma dualidade hierárquica que dá prioridade ao mental. A modernização, contudo, vem enfrentando, desde os anos 60, os movimentos de contramodernização cujas faces mais evidentes são a contracultura e a cultura alternativa. Essas, com a defesa da espontaneidade e a nostalgia da unidade, da experiência da vida total, foram buscar nas culturas distantes da tradição ocidental moderna a solução para as conseqüências do processo civilizador. Expressando valores como a vida comunitária, a aliança com a natureza e a reconciliação entre o corpo e a mente, a contramodernização pôs em circulação categorias do universo sagrado, numa relação integradora com o corpo, que acabam por reencantá-lo.

Acessar