Resumo

Mediante inspirações feministas nos Estudos Culturais Físicos este estudo analisa, por meio de relato autoetnográfico, experiências junto ao Grupo Abadá Capoeira do Vale do Araguaia, problematizando questões sobre corpo, gênero e capoeira, a partir das relações de poder presentes nessa manifestação. As experiências advém da participação da primeira autora no referido grupo desde 1996, e são tomadas como elementos empíricos para leituras autorreflexivas. Por meio da autoetnografia, houve a construção de quatro categorias, as quais apontam para a produção da ginga de mulheres como possibilidade de subversão de relações de poder que integram a capoeira. Como resultado, destacamos que as narrativas auxiliam no entendimento acerca das relações de poder que atravessam a capoeira de modo a servir de aporte para aqueles que integram essa manifestação corporal.

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