Resumo

Perspectivas sociológicas e antropológicas recentes que focalizam a construção social do corpo argumentam que a “materialidade do corpo” e sua construção cultural e simbólica são indissociáveis e devem ser entendidas dentro do contexto das relações de poder – principalmente as de classe, raça e gênero – de uma ordem social particular.Também podemos ressaltar que, nas sociedades “pós-modernas” contemporâneas, imagem do corpo e práticas corporais tornam-se elementos reconhecidos e vivenciados como fundamentais para os processos de construção identitária: são o locus de numerosas lutas nas quais as identidades – e uma ampla gama de recursos sociais e simbólicos – são objeto de disputas e negociações. Neste trabalho, apresentamos algumas reflexões teóricas norteadoras, assim como alguns apontamentos elaborados a partir do “campo” de nossas pesquisas empíricas recentemente realizadas, sobre a política de beleza e práticas corporais em três grupos muito diferentes: modelos, travestis e transexuais (de homem para mulher) e mulheres atletas.

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