Corpo, Infância, Dança e a Formação de Professores
Por M. G. A. Silva (Autor), L. F. Silva (Autor).
Resumo
O GEPLE - Grupo de estudos e pesquisas em Lazer e Educação do Departamento de Educação da FC/UNESP propõe e desenvolve projetos de pesquisa e extensão, com a finalidade de estudar a dança na escola, sobretudo na Educação Infantil, paralela e concomitantemente desenvolve estudos a cerca do corpo em suas várias fases de manifestação sociocultural. Os projetos ocorrem em escolas e anos diferentes, por alunos que se debruçaram em compreender problemas relacionados ao papel da dança, atividades rítmicas e da expressão corporal na educação dos alunos e das dificuldades de fazê-lo tendo como fator limitante a influência da mídia e da indústria cultural. A infância tem se tornado cada vez mais curta, por conta dos processos de "adultização" precoce e de desconhecimento das formas de desenvolvimento humano. Esta pesquisa teve como objetivo compreender o corpo que dança na atualidade a partir de estudos sobre a dança como forma de comunicação, expressão e libertação dos corpos num contexto de apelos midiáticos numa escola de Educação Infantil, bem como, verificar o conhecimento sobre a dança no processo de formação das professoras envolvidas. A educação considerada amplamente favorece e desfavorece aquisições da educação formal, mas é fato que é da cultura que se deve partir, portanto, o enfrentamento pelos professores de Educação Física deve ocorrer, sobretudo, porque vivemos em momento de forte recolhimento dos corpos. A metodologia utilizada foi a dialética e foram realizadas pesquisas bibliográficas, documentais e de campo, com observação participante e intervenções educacionais de dança e atividades rítmicas lúdicas, junto a crianças. Em campo, verificou-se alguns pontos que condizem com a literatura, pois a dança libera o aspecto lúdico, a alegria, o prazer e a imaginação criadora que dão consistência às vivências corporais, propiciando as interações sócio afetivas. Por meio de questionário semi estruturado respondido pelas professoras, pôde-se verificar que as mesmas não se sentiam seguras para o desenvolvimento das aulas, não possuíam cultural corporal ligada às manifestações rítmicas e os conhecimentos que apresentaram sobre a dança eram os do senso comum. Entendiam a dança e a dança - educação da forma como é reproduzida sócio culturalmente, alienante e reprodutora do consumismo. Percebeu-se que a inserção da dança no contexto lúdico infantil contribuiu significativamente para o desenvolvimento das crianças, de maneira que foi apresentada uma nova maneira de se expressar, brincar e dançar. Porém, ainda, o ensino da dança se limita à reprodução de movimentos e coreografias pré- estabelecidas pela mídia, restringindo o autoconhecimento, o desenvolvimento e o processo criativo dos envolvidos. E, que tal processo decorre da formação básica e continuada dos professores.