Resumo

A presente dissertação toma por objeto de estudo as políticas públicas de esporte e lazer, em especial as políticas públicas de esporte e lazer desenvolvidas pela gestão municipal da cidade de Goiânia desde o período de criação da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, em 1997, até o ano de 2013. Por meio de estudo de caso do Programa “Caminhando com Saúde” podese observar a configuração político-social do campo de esporte e lazer no contexto goianiense, e perceber sua relação junto ao processo de inclusão social. Este estudo inspirou-se nos estudos bourdieusianos, em específico na teoria de campos, para compreender a dinâmica de institucionalização de determinados tipos de política pública para o campo de esporte e lazer, associado à teoria do processo de política pública, em questão o modelo de coalizão de defesa (Advocacy Coalition Framework), desenvolvido por Sabatier e Weible, no qual se argumenta que o processo de construção de política pública está vinculado às crenças, aos valores e às ideias dos atores envolvidos na disputa pelo tipo de política a ser implementada. Ademais, o trabalho dialoga com teorias específicas da área de esporte e lazer, buscando entender o fenômeno esportivo e as práticas de lazer associadas à conformação social e política da sociedade contemporânea. Para tanto, retorna aos estudos de Elias, no tocante à teoria de processo civilizador, para compreender a sociogênese do esporte e do lazer e sua influência na configuração da sociedade ocidental moderna. Acerca do processo metodológico, a pesquisa pautou-se na abordagem qualitativa, de cunho exploratório. Utilizou-se como métodos e técnicas a análise documental, a observação direta e a análise de conteúdo. Foram realizadas entrevistas junto aos atores envolvidos no Programa “Caminhando com Saúde”, aos usuários, aos profissionais de educação física e ao gestor público. Os resultados permitiram observar que as limitações concernentes às políticas públicas de esporte e lazer na cidade de Goiânia decorrem de diversos fatores, como o baixo orçamento destinado à pasta institucional, o baixo interesse do corpo gestor em fomentar e melhorar os programas implantados e a não participação do corpo técnico e da comunidade no processo de elaboração, implementação e, principalmente, na avaliação das políticas desenvolvidas pela SEMEL. 

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