Resumo

Introdução e objectivos: O presente artigo trata da temática corpo-reidade, idoso e meio ambiente como paradigmas da contem-poraneidade, partindo do pressuposto de que meio ambiente constitue-se em práxis e locus da inserção cidadã do idoso. A população idosa brasileira cresce, e segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta população equivalerá a 15% da população brasileira no ano de 2025 (Veras, 1994). Os problemas provenientes desse cresci-mento incluem as condições de vida da população idosa. A edu-cação física se inclui nesta discussão como uma possibilidade de melhora da saúde, dentro da preocupação atual da qualidade de vida. Esta corporeidade do idoso contempla seu próprio papel na sociedade, que passa do idoso enquanto ser inútil dentro da visão capitalista de produção, o idoso consumidor, na invenção da terceira idade e o idoso cidadão, dentro da teoria do desenvolvimento sustentável. No contexto do artigo, a abor-dagem contemplará a idéia de corpo do idoso como descartável, tal como é caracterizado em um enfoque mercadológico, e processos contemporâneos que propõem, em contrapartida, uma integração emancipatória do ser sócio-cultural como depositá-rio de memória e articulação societária. O significado do indi-víduo idoso é manifestado através de sua corporeidade, sendo esta muitas vezes a própria concepção imposta por uma socie-dade orientada por valores de produção. Na sociedade em que nos deparamos encontramos formas historicamente diferencia-das, da representação social do idoso inserido no próprio con-texto, regido por sistemas de comportamentos presentes no processo de ordem capitalista. Material e métodos:Utilizou-se como método de pesquisa a revisão bibliográfica dos artigos publicados na área da educação física e do meio ambiente, com um enfoque da pesquisa qualitativa. Principais resultados e conclusões:Os resultados obtidos mostram um avanço nas abordagens sobre a corporeidade do idoso, acompanhando as próprias mudanças sociais desse processo. Abordagens com um enfoque social são crescentes nos estudos da área da educação física. Foi possível verificar que a mudança na corporeidade do indivíduo idoso se encontra apoiada pelo novo paradigma da modernidade. Os idosos nesse processo e em sua relação com o corpo se encontram valorizando as espe-cificidades do meio natural em que estão inseridos. Desafia essa visão reducionista "idade como força de trabalho que condiciona o ser descartável", propõe novas denominações respei-tuosas e cidadãs. A educação física "apoiada em um novo senti-do de corporeidade do idoso" poderia contribuir para a cons-trução dessa nova temática. A pretensão do artigo, ora propos-to, é que partindo do paradigma de desenvolvimento sustentá-vel, novas práticas e relações com a noção de corporeidade do idoso possam ser sistematizadas.