Resumo

Como a sua pesquisa diz “basta” para o silenciamento e a invisibilização dos corpos marginalizados e subalternizados? Suas abordagens artístico-pedagógicas atuam na contramão do epistemicídio das diversidades que, na maioria das vezes, não integram a narrativa hegemônica na historiografia da corporeidade brasileira? A partir desses questionamentos e de seus desdobramentos, pretendemos, com o presente trabalho, dar continuidade as partilhas iniciadas por nós duas há alguns anos. A proposta é seguir a metodologia de trocas de cartas com apresentações, respostas e novas perguntas sobre nossos “fazeres” (trazendo junto “pensares”, sem dicotomias) nas encruzilhadas onde a pesquisa, o ensino, a extensão e a gestão não se sobrepõem entre si, ou seja, interagem continuamente, a partir do conhecimento produzido em dança. Nossa correspondência busca construir um discurso vivo, coeso e coerente com nossos modos plurais de seguir dançando para resistir e existir. Na contramão de instituir modelos ou exemplos, investimos em compartilhar e expressar, dentro das nossas realidades pessoais e profissionais, os nossos anseios, angústias e realizações, na tentativa de descobrir e trocar modos diversos e contra hegemônicos para danças libertárias, potentes e transformadoras.