Corpos In-transe: a ciranda e o funk no jogo por conhecimentos e afetos outros

Por Ana Carolina Torres (Autor), Felipe Nunes Quaresma (Autor), Flávio Nunes dos Santos Júnior (Autor).

Parte de Escrevivências da Educação Física Cultural - Vol. 1 . páginas 43 - 65

Resumo

O presente relato traz experiências de uma tematização de dança com estudantes de uma escola da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, situada no distrito do Capão Redondo. Um espaço marcado pela carência de políticas públicas, Porém cercado pela pulsão dos corpos e por uma vasta produção cultural digna de total reconhecimento e valorização por parte das ações educacionais. O trabalho envolveu turmas do ciclo de alfabetização (do 1º ao 3º ano) do Ensino Fundamental I, bem como turmas de 6º ano, dentro das aulas de Educação Física, ao longo do primeiro bimestre do ano de 2019. Antes de adentrar ao debate da prática pedagógica, julgamos pertinente situar o contexto que nos envolve. Olhando as produções tecidas junto aos estudantes do ciclo de alfabetização nos anos anteriores, observamos que as aulas de Educação Física dedicaram boa parte do tempo em tematizar as brincadeiras. Na tentativa de ampliar as práticas acessadas pelas crianças, consideramos adequado tematizar as danças, desde que estivessem em plena sintonia com a realidade vivida pelos discentes. Desejávamos fugir de uma didática presa à concepções utilitaristas e momentâneas. Não queríamos dedicar apenas uma semana do calendário letivo para formatar os corpos infantis, o que costuma acontecer no período que antecede a festa junina. Nossa sede foi outra: compreender e viver com mais intensidade e profundidade as performatividades das práticas selecionadas.