Corpos Interditados: Uma Revisão de Literatura das Práticas Corporais em Aulas de Educação Física Escolar
Por Ivan Vilela Ferreira (Autor), Ingrid Dittrich Wiggers (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O objetivo do estudo foi investigar, por meio de revisão de literatura sistemática, a produção científica do campo da educação física acerca do tema interdições das práticas corporais de estudantes. Selecionamos onze periódicos: European Physical Education Review; Journal of Teaching in Physical Education; Physical Education and Sport Pedagogy; Motrivivência; Motriz; Movimento; Pensar a Prática; Revista Brasileira de Ciência e Movimento; Revista Brasileira de Ciências do Esporte; Revista Brasileira de Educação Física e Esporte e Revista da Educação Física. Delimitamos o período de 2010 a 2015, buscando uma visão atualizada do assunto. A produção dos periódicos foi de 3536 artigos, sendo 3019 divulgados em língua portuguesa e 517 em língua inglesa. Considerando o tema em foco, selecionamos 14 artigos, representando 0,39% do total. Observou-se que a abordagem qualitativa foi adotada em treze artigos. Ressaltou uma tendência da análise de interdições das práticas corporais na educação infantil, visto que metade dos estudos ocorreu nesse nível. Notou-se também que algumas escolas aplicam a suspensão das aulas de educação física como punição aos discentes avaliados como indisciplinados, configurando assim, uma clara interdição das práticas corporais. Além disso, as Igrejas, ao imporem dogmas que proíbem a participação de seus seguidores em determinadas práticas corporais, coagem os estudantes no desenvolvimento destas. Concluímos que estudos acerca das interdições das práticas corporais tendem a investigar a educação infantil, que as interdições corporais são utilizadas visando ao disciplinamento e que as instituições religiosas podem engendrar tais limitações. Outros trabalhos devem ser realizados para ampliar a análise do tema.