Resumo

INTRODUÇÃO: O futebol é um jogo de caráter intermitente e suas ações geram uma demanda fisiológica ao sistema musculoesquelético, causando dano muscular. A sua vigorosidade pode influenciar a magnitude dos danos musculares. OBJETIVO: Correlacionar a concentração de CK de jogadores em uma partida de futebol oficial no pós-jogo, com variáveis de intensidade e volume durante o jogo. MÉTODOS: Aprovado pelo CEP da UFMA (Parecer 1.304.299) foram avaliados 10 jogadores de um time da série A do campeonato maranhense de futebol com idade em anos de (28,1 ±3,98), estatura em centímetros (176,8±9,24), Massa Magra em quilogramas (65,5±4,98). As coletas de creatinaquinase (CK) foram feitas na pré-temporada e 24h após do término de uma partida. Para determinação da concentração de CK foi coletado 32 ul (microlitros) de sangue capilar da polpa digital dos sujeitos sendo drenado para um tubo capilar heparinizado (Cat n. 955053202 Reflotron®). Em seguida foi imediatamente pipetado para uma tira reativa de CK e analizada no Reflotron Analyser®. Para obtenção das medidas de volume (distância total percorrida) e intensidade (frequência cardíaca média e número de sprints) durante o jogo foi utilizado o Polar Team Pro®. Para identificação da diferença entre as médias foi utilizado o teste t de student e para a correlação, o teste de Pearson. RESULTADOS: As concentrações de CK foram significativamente maiores em todos os momentos pós-jogo (169,87±59,91U/L) em relação à situação pré (59,44±46,88U/L). A frequência cardíaca média foi de 84,95±3,89% FCmáx e a distância média percorrida foi de 9,02±1,18 km. Sendo assim, já era esperada maior concentração de CK no momento pós-jogo em relação à pré-temporada. Portanto, o futebol pode ser considerado como uma atividade muito intensa na qual a concentração de CK, um dos indicadores indiretos de microtrauma muscular, alcança seus maiores valores entre 24-48h após os jogos durante uma temporada competitiva. A correlação entre a liberação de CK pós-jogo e a distância percorrida foi de (r) 0,12 (p=0,00001), enquanto entre a frequência cardíaca média foi de 0,71 (p=0,001) e sobre o número de sprints foi de (r) 0,18 (p=0,00002). CONCLUSÃO: Verificou-se relação maior da liberação de CK pós-jogo com a intensidade do que com o volume total e número de sprint durante a partida. E, portanto, a frequência cardíaca média pode ser usada para monitoramento e controle da carga de treinamento, assim como a concentração de CK.

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