Correlação entre a flexão de braços na barra fixa e uma tarefa simulada de subida na corda vertical em atletas táticos
Por João Paulo Borin (Autor), Willian Carrero Botta (Autor), José Maurício Magraner (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Tarefas simuladas podem ser consideradas uma das melhores maneiras de mensurar a prontidão física de militares. De modo geral, elas conseguem simular de maneira psicofisiológica as demandas exigidas por situações de combate real. Contudo, em alguns casos, elas poderiam ser substituídas por testes gerais preditores, facilitando o trabalho dos treinadores na avaliação ao longo do processo de preparação física de atletas táticos.
Objetivo: Verificar possíveis correlações entre o teste de flexão de braços na barra fixa e o sucesso em uma tarefa simulada de subida em uma corda vertical de 5 m.
Métodos: A amostra foi composta de 156 militares voluntários (cadetes, 135 homens, 21 mulheres, 17 a 25 anos). Todos os participantes realizaram um teste de subida na corda vertical de 5 m (TSCV) com o auxílio dos pés, e uma série máxima de flexão e extensão de membros superiores na barra fixa (TBF). Os testes foram precedidos de um aquecimento geral para membros superiores, tiveram um intervalo mínimo de 15 minutos entre a aplicação de cada teste e todos os participantes estavam familiarizados com os testes aplicados. A análise estatística foi realizada por meio do software Statistical Package for the Social Science®, a distribuição dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk, sendo aplicado o teste de Correlação de Pearson para verificar possíveis correlações entre o resultado do TBF e o sucesso no TSCV, e o Teste de Qui-Quadrado de independência para verificar possíveis diferenças nos resultados entre os sexos e/ou quadro dos participantes (Aviação, Intendência ou Infantaria). A significância adotada foi de p<0,05.
Resultados: Foram encontradas correlações fracas entre o número de repetições realizadas no TVF e o sucesso no TSCV (r = -0,352, p<0,01), diferenças significativas de desempenho entre os sexos (X² (2) = 23,833; p<0,01), e diferenças quanto ao desempenho dos militares pertencentes aos quadros de Aviação e Infantaria quando comparados com os militares intendentes (X²(2) = 7,326; p<0,01).
Conclusão: A fraca correlação encontrada entre o teste de flexão de braços na barra fixa e o sucesso em uma tarefa simulada de subida em uma corda vertical impossibilita a utilização desse teste geral como ferramenta de avaliação da prontidão de atletas táticos para essa tarefa simulada. As diferenças de desempenho encontradas entre os sexos e o quadro de intendência, reforçam a necessidade de sessões de treinamento físico específicas para esses militares.