Correlação Entre a Frequência Cardíaca de Recuperação com a Modulação e Responsividade Autonômica Cardíaca no Repouso em Homens e Mulheres
Por Gabriel Cartaxo Barbosa da Silva (Autor), Giliard Lago Garcia (Autor), Lucia Kobayashi (Autor), Carlos J. G. da Cruz (Autor), Freddy E. R. Guimarães (Autor), Michelle T. Morlin, Richard X. da Fonseca (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor), Guilherme Eckhardt Molina (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A associação entre a frequência cardíaca de recuperação (FCR) com a modulação cardiovagal e a responsividade da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) no repouso é um assunto controverso e pouco explorado. Objetivo: Correlacionar a FCR relativa (∆%) durante 5 min após teste de esforço máximo (TEmax) com a VFC e a sua responsividade em homens e mulheres. Métodos: Foram avaliados 64 indivíduos, 34 mulheres (22,2±2,4 anos e índice de massa corporal (IMC) 22,6±2,1 kg/m2) e 30 homens (25,2±6,4 anos e IMC 23,6±2,1 kg/m2). Todos foram submetidos a avaliação da VFC no repouso, e avaliação da ∆%FCR imediatamente após o TEmax. No repouso foi realizada a gravação dos intervalos R-R (iRR) e posteriormente a análise do registro curto (5 min) da VFC utilizando a Plotagem de Poincaré (índice SD1 – marcador da atividade cardiovagal) nas posições supina e ortostática e sua variação relativa (∆%SD1sup-ort) após mudança postural. Na sequência, os voluntários realizaram o TEmax em esteira rolante e imediatamente após o teste, iniciou-se a fase de recuperação ativa (2,4 km/h e 2,5% de inclinação) com o registro da ∆%FCR no 1o, 3o e 5o min de recuperação. Os registros dos iRR no repouso e da ∆%FCR foram obtidos por meio do cardio-frequencímetro Polar RS800® para na sequência serem processados e analisados utilizando o software Kubios® HRV. Como os dados não atenderam os pressupostos de normalidade (teste de Shapiro Wilk) foi utilizado o teste de correlação de Spearmam ao nível de significância de P ≤ 0,05. Resultados: Em mulheres a ∆%FCR está positivamente associada com a modulação parassimpática na posição ortostática previamente ao esforço. Por outro lado, em homens a ∆%FCR está diretamente associada com a responsividade parassimpática após mudança postural ativa. Conclusão: Para ambos os gêneros a ∆%FCR se associou positivamente com a função autonômica cardíaca no repouso. Entretanto os mecanismos de associação da ∆%FCR com o status autonômico no repouso em mulheres e homens parecem ser distintos. A dinâmica da ∆%FCR em mulheres parece depender do grau de modulação cardiovagal no repouso, enquanto que em homens, a dinâmica da ∆%FCR parece pender da responsividade cardiovagal após mudança postural.