Correlação entre diferentes domínios de atividade física, comportamento sedentário e nível socioeconômico de adolescentes e seus pais
Por Eduardo Duarte de Lima Mesquita (Autor), Amanda Barbosa dos Santos (Autor), Isabella Neto Exupério (Autor), Isabella Cristina Leoci (Autor), Isabelle Biazon Morimoto (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A literatura cientifica apresenta dados sobre os efeitos benéficos da atividade física, os quais são claros ao destaca-la como um fator protetor para a ocorrência de doenças ao longo da vida. Já o comportamento sedentário tem o efeito prejudicial à saúde, se correlacionado com a ocorrência de doenças ao longo da vida. Além disso, condição socioeconômica e hábitos comportamentais de pais e mães podem afetar tais associações. OBJETIVO: Analisar diferentes domínios de atividade física e tempo em comportamento sedentário de acordo com nível socioeconômico de meninos e meninas e seus pais. MÉTODOS: Estudo transversal, composto por 1231 adolescentes de 12 a 17 anos (515 meninos e 716 meninas) da cidade de Londrina. Amostra dividida de acordo com a classificação socioeconômica (alta=128, média=352, baixa= 751) . A atividade física foi coletada pelo questionário de Baecke pelo escore de atividade física de lazer (AFL) e de deslocamento (AFD). Termos de consentimento e assentimento foram assinados pelos responsáveis e pelos participantes. Idade cronológica obtida através de entrevista face-a-face. Peso e altura mensurados durante avaliação antropométrica. Os domínios do comportamento sedentário (CS) foram avaliados pelo número de horas/semana de televisão (TV) e de computador pelos pais e adolescentes. A classificação econômica foi avaliada por instrumento da Associação Brasileira de Empresas e Pesquisa (ABEP). A análise estatística foi composta pelos testes de Kolmogorov-Smirnov, post-hoc de Bonferroni e correlação de Pearson. A significância estatística foi definida em 5%. RESULTADOS: Considerando a caracterização geral da amostra, adolescentes da classe socioeconômica alta apresentaram maior peso (p= 0,015) e maior escore de AFL (p= 0,011) que os de classe socioeconômica baixa; adolescentes da classe socioeconômica média apresentaram maior altura (p=0,002), maior escore de AFL (p=0,032) e maior tempo de uso de computador (p=0,001) que os de classe socioeconômica baixa. Pais da classe socioeconômica alta apresentam maior escore de AFL que os de classe média e baixa (p= 0,010 e 0,001 respectivamente); pais da classe socioeconômica média apresentam maior peso (p= 0,033) e maior score de AFL (p= 0,006) que os de classe baixa. Mães da classe socioeconômica alta apresentam maior altura, score de AFL e score de AFD que as de classe baixa (p= 0,001, 0,016 e 0,016 respectivamente). Ao correlacionar os domínios de atividade física e comportamento sedentário de meninos e meninas e seus pais, apenas a AFD de meninas e de suas mães, da classe socioeconômica alta, apresentaram correlação moderada (r= 0,51, p= 0,001). CONCLUSÃO: Escore de atividade física de deslocamento de mães e filhas da classe socioeconômica alta se correlacionam diretamente em moderada magnitude entre si.