Correlação Entre Força de Preensão Manual e a Resposta Autonômica Vagal Após Sessão de Treino Resistido
Por Giliard Lago Garcia (Autor), Keila E. Fontana (Autor), Carlos J.g. Cruz (Autor), Edgar M.v. K. K. Soares (Autor), Luiz Fernando Junqueira Junior (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor), Guilherme E. Molina (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A força de preensão manual (FPM) e a magnitude da reatividade vagal posteriormente ao esforço físico são consideradas variáveis preditores independentes de morbimortalidade cardiovascular. Contudo, a possível correlação entre a FPM e a reatividade vagal frente ao exercício resistido permanece inexplorada. Objetivo: Correlacionar a FPM com a resposta autonômica cardíaca vagal após uma sessão de treino resistido (TR). Métodos: Foram avaliados 14 homens clinicamente normais (24,1 ± 5,6 anos e IMC: 24,9 ± 1,9 kg/m2). A FPM foi avaliada por meio do maior valor registrado da força de preensão manual medida com dinamômetro digital (Takei®), em pé, em três tentativas com a mão dominante, braço estendido e 1 min de intervalo entre as tentativas. Foi realizado o registo curto (5 min) dos intervalos RR (iRR) no repouso e nos 5, 10 e 15 minutos da recuperação imediatamente após uma sessão de TR, ambos na posição supina. A sessão de TR foi composta por 3 séries de 8-12RM com 1 min de intervalo entre as séries, no exercício de leg press. Os iRR foram registrados por meio do frequencímetro Polar RS800®, processados e analisados off-line empregando-se o software Kubios HRV. A função autonômica cardíaca foi avaliada por meio do método da variabilidade da frequência cardíaca pelo índice SD1 (marcador vagal) do Mapa de Poincaré. A reativação vagal foi estimada pelo módulo da variação relativa (Δ%) de SD1, dos 3 momentos da recuperação em relação ao repouso (atividade fásica). Dada a distribuição não-normal (teste Shapiro-Wilk) utilizou-se o teste de correlação de Spearman ao nível de significância de p ≤ 0,05. Resultados: Observou-se correlação negativa entre a FPM e o índice SD1 nos 5, 10 e 15 minutos após o TR e correlação positiva entre a FPM e Δ%SD1 nos mesmos momentos. Conclusão: Foram observadas correlações negativas entre a FPM e a magnitude da reatividade vagal expressa pelo SD1 nos 5, 10 e 15 min da recuperação após TR, e correlações positivas entre a FPM e a variação modular da reposta autonômica vagal (repouso-recuperação) nos mesmos momentos. Nossos resultados revelam que quanto maior a FPM, maior é a eficácia de resposta autonômica vagal (retirada vagal do repouso até a recuperação) após o TR. Assim, os dados suportam a hipótese de que a FPM pode predizer a capacidade de resposta cardíaca vagal (atividade fásica) frente ao exercício resistido.