Resumo

Introdução: A força de preensão manual (FPM) e a magnitude da reatividade vagal posteriormente ao esforço físico são consideradas variáveis preditores independentes de morbimortalidade cardiovascular. Contudo, a possível correlação entre a FPM e a reatividade vagal frente ao exercício resistido permanece inexplorada. Objetivo: Correlacionar a FPM com a resposta autonômica cardíaca vagal após uma sessão de treino resistido (TR). Métodos: Foram avaliados 14 homens clinicamente normais (24,1 ± 5,6 anos e IMC: 24,9 ± 1,9 kg/m2). A FPM foi avaliada por meio do maior valor registrado da força de preensão manual medida com dinamômetro digital (Takei®), em pé, em três tentativas com a mão dominante, braço estendido e 1 min de intervalo entre as tentativas. Foi realizado o registo curto (5 min) dos intervalos RR (iRR) no repouso e nos 5, 10 e 15 minutos da recuperação imediatamente após uma sessão de TR, ambos na posição supina. A sessão de TR foi composta por 3 séries de 8-12RM com 1 min de intervalo entre as séries, no exercício de leg press. Os iRR foram registrados por meio do frequencímetro Polar RS800®, processados e analisados off-line empregando-se o software Kubios HRV. A função autonômica cardíaca foi avaliada por meio do método da variabilidade da frequência cardíaca pelo índice SD1 (marcador vagal) do Mapa de Poincaré. A reativação vagal foi estimada pelo módulo da variação relativa (Δ%) de SD1, dos 3 momentos da recuperação em relação ao repouso (atividade fásica). Dada a distribuição não-normal (teste Shapiro-Wilk) utilizou-se o teste de correlação de Spearman ao nível de significância de p ≤ 0,05. Resultados: Observou-se correlação negativa entre a FPM e o índice SD1 nos 5, 10 e 15 minutos após o TR e correlação positiva entre a FPM e Δ%SD1 nos mesmos momentos. Conclusão: Foram observadas correlações negativas entre a FPM e a magnitude da reatividade vagal expressa pelo SD1 nos 5, 10 e 15 min da recuperação após TR, e correlações positivas entre a FPM e a variação modular da reposta autonômica vagal (repouso-recuperação) nos mesmos momentos. Nossos resultados revelam que quanto maior a FPM, maior é a eficácia de resposta autonômica vagal (retirada vagal do repouso até a recuperação) após o TR. Assim, os dados suportam a hipótese de que a FPM pode predizer a capacidade de resposta cardíaca vagal (atividade fásica) frente ao exercício resistido.

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