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INTRODUÇÃO:

Uma saída eficiente, em qualquer que seja a prova de natação, depende da combinação ótima dos movimentos sobre o bloco e da projeção do nadador para a água num tempo, distância e ângulo ideais, a fim de que influenciem positivamente as etapas subsequentes.

O ângulo de entrada na água, segundo Counsilman et al. (1988), é uma variável anterior à entrada na água que pode influenciar a profundidade do mergulho. E, de acordo com Cossor e Mason (2001), pode ter relação com o tempo total de saída. A fim de investigar as sugestões propostas pelos autores, este estudo teve por objetivo verificar as correlações entre as variáves ângulo de entrada na água (AE) e profundidade máxima de mergulho alcançada (PMA) e entre profundidade máxima de mergulho alcançada e o tempo total de saída em 15 metros (T15m).


METODOLOGIA:

A amostra foi composta por 4 nadadores de níveis estadual e nacional, integrantes da equipe de natação do Clube Doze de Agosto de Florianópolis, Santa Catarina, federados junto à Federação Aquática de Santa Catarina (FASC). Para a aquisição de dados cinemáticos foram utilizadas três câmeras de vídeo do tipo VHS (f=30Hz). As câmeras foram denominadas e posicionadas da seguinte forma: câmera 1, posicionada fora da água, na borda lateral em relação ao bloco de partida, possibilitando a identificação da variável ângulo de entrada na água; câmera 2, acoplada a uma caixa-estanque, foi posicionada dentro da água, possibilitando a obtenção da variável profundidade máxima de mergulho alcançada; e câmera 3: posicionada fora da água com vista lateral direita da piscina, para obtenção da variável tempo total de saída em 15 metros. Para sincronizar o sinal de partida à cinemetria foi utilizado um equipamento sincronizador de sinais.

A coleta de dados foi realizada nas dependências da piscina do Clube Doze de Agosto (Florianópolis/SC). Cada nadador executou 6 saídas, com procedimentos idênticos aos de uma competição. Os dados obtidos foram digitalizados e analisados com a utilização de softwares de edição de imagens. Foi utilizada a estatística descritiva (média, desvio padrão e coeficiente de variação). Para a verificação da relação entre as variáveis foi utilizado o teste de correlação de Pearson (=0,05).


RESULTADOS:

O coeficiente de correlação entre ângulo de entrada na água (AE) e profundidade máxima de mergulho alcançada (PMA) foi significativo, assumindo um valor de r = 0,939. Concordando com as sugestões de Counsilman et al. (1988), o coeficiente positivo indica que maiores ângulos de entrada na água correspondem a maiores valores de profundidade de mergulho alcançada. Foi encontrado para a correlação entre profundidade máxima de mergulho alcançada (PMA) e tempo total de saída em 15 metros (T15m) um valor de r = 0,515, significativo para p<0,05, indicando que, quanto maior a profundidade do mergulho, maior o tempo total de saída em 15m.


CONCLUSÕES:

Observou-se que as saídas mais lentas foram aquelas nas quais os nadadores apresentaram os maiores ângulos de entrada na água, seguidos de mergulhos mais profundos. O ângulo de entrada na água (AE) e a profundidade máxima de mergulho alcançada (PMA) constituem-se, desta forma, fatores relevantes a serem observados por atletas e treinadores em busca da melhora da performance de execução das saídas do bloco na natação.