Resumo

Potência muscular é a capacidade de gerar força rapidamente, sendo imprescindível principalmente nos esportes de alto rendimento. Na vela, porém, outras habilidades têm sido consideradas mais importantes para o desempenho, como a técnica, tática, regulagens e conhecimento sobre fatores meteorológicos. Assim, a literatura é escarça sobre a relevância da potência muscular para a prática da vela, em particular na classe Optimist. Objetivo: Verificar a correlação entre potência muscular e o posicionamento dos atletas no ranking brasileiro do Campeonato Seletiva 2024. Métodos: Foram selecionados velejadores da classe Optimist, idade 8-15 anos, inscritos no Campeonato Seletiva 2024 e em condições físicas para a realização dos testes. Foram coletados os dados de sexo, idade, peso, altura, potência de membros inferiores e superiores, e posição no ranking brasileiro. A potência muscular de membros inferiores foi avaliada por meio do teste de salto vertical com contra movimento, utilizando a plataforma Jump System da Cefise, para obter os dados da altura do salto e da potência relativa (watts). A potência muscular de membros superiores foi avaliada por meio do teste de arremesso de medicine ball. A maior distância (m) em 3 tentativas foi utilizada como o dado da potência. As estatísticas descritivas e as análises de correlação de Spearman foram conduzidas no SPSS versão 21. O nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados estão apresentados como média±desvio padrão ou frequência % (n). Resultados: A amostra foi composta por 60 voluntários, 70% (42) do sexo masculino, idade 12,6±1,3 anos, IMC 18,9±2 kg/m2, altura 1,5±0,1 m, peso 48,3±8,9 kg, altura do salto 27,4±5,8, potência relativa 36,5±8,3 watts e potência de membros superiores 4,2±0,9 m. As análises de correlação demonstraram uma associação inversa, porém fraca, entre o desempenho no ranking e a média da altura do salto (rho=-0,11, p=0,41) e a potência relativa de membros inferiores (rho=-0,129, p=0,334), bem como com a potência de membros superiores (rho=-0,217, p=0,105). Conclusão: Os resultados encontrados demonstraram que não houve correlação significativa entre a potência muscular dos membros inferiores e superiores e o desempenho no ranking brasileiro dos atletas de vela da classe Optimist.

 

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