Resumo

A atuação profissional na prescrição de exercícios físicos exige uma grande demanda física e mental, essa condição reflete muitas vezes nos níveis da prática de atividade física (AF), além de predispor ao surgimento de sintomas relacionados à síndrome de burnout (SB), ansiedade e depressão, afetando o estado geral de saúde e o rendimento laboral. OBJETIVO: Avaliar a correlação entre sintomas predisponentes à SB, ansiedade e depressão de profissionais que atuam em academias com fatores sociodemográficos e a prática de AF. MÉTODOS: Foram avaliados 63 profissionais (36 homens; 27 mulheres) por meio de questionário sociodemográfico (horas de trabalho semanal, sono, salário mensal, dor corporal), nível de AF (MATSUDO et al, 2001), inventário de burnout em suas dimensões: despersonalização, exaustão emocional e realização profissional (MASLACH, 1981), estresse percebido (COHEN; KAMARCK; MERMELSTEIN, 1983), ansiedade e depressão (ZIGMUND; SNAITH, 1983). Para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e coeficiente de correlação de Spearman para investigar o nível de AF, variáveis sociodemográficas e as valências dos inventários. RESULTADOS: Em relação a atividade física, do total, 9 (14,3%) foram classificados como "Sedentários"; 12 (19%) como "Irregularmente ativos"; 17 (26,9%) como "Ativos" e 25 (39,8%) como "Muito ativos". Na correlação entre "AF total" e "ansiedade" (r=-,366; p≤0,05) e "stress" (r= - ,373; p≤0,05) foram observados valores significativos para o sexo masculino, o que também se verificou entre "AF vigorosa" e "stress" (r= -,359; p≤0,05). No sexo feminino a correlação entre "realização profissional” e "AF leve" (r= ,397; p≤0,05) foi observada. Entre os itens sociodemográficos e as valências emocionais, o sexo masculino apresentou correlação significativa entre "despersonalização" (DE) e "horas de trabalho semanal" (HTS) (r= -,523; p≤0,01), e o item "horas de sono" (HS) apresentou valores significativos na correlação com exaustão emocional (r= -,361; p≤0,05), DE (r= -,372; p≤0,05) e "burnout total" (r= -,413; p≤0,05). Para o sexo feminino ocorreram correlações entre a "ansiedade" e "renda familiar" (r=-,488; p≤0,01) e HS e ansiedade (r=- ,488; p≤0,01). CONCLUSÃO: Apesar das correlações não se mostrarem altas, a AF parece ser um fator de proteção em relação a determinados itens comportamentais em ambos os sexos. Assim como, HS também parece ser uma variável importante para minimizar o aparecimento da SB em homens e a ansiedade em mulheres.

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