Correlação entre síndrome de burnout e ansiedade com fatores sociodemográficos e a prática de atividade física em professores de academias de ginástica
Por Caroline Keiko Uemura Izac (Autor), Luiz Roberto Paez Dib (Autor), Mariana Mouad (Autor), Gustavo Baroni Araujo (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A atuação profissional na prescrição de exercícios físicos exige uma grande demanda física e mental, essa condição reflete muitas vezes nos níveis da prática de atividade física (AF), além de predispor ao surgimento de sintomas relacionados à síndrome de burnout (SB), ansiedade e depressão, afetando o estado geral de saúde e o rendimento laboral. OBJETIVO: Avaliar a correlação entre sintomas predisponentes à SB, ansiedade e depressão de profissionais que atuam em academias com fatores sociodemográficos e a prática de AF. MÉTODOS: Foram avaliados 63 profissionais (36 homens; 27 mulheres) por meio de questionário sociodemográfico (horas de trabalho semanal, sono, salário mensal, dor corporal), nível de AF (MATSUDO et al, 2001), inventário de burnout em suas dimensões: despersonalização, exaustão emocional e realização profissional (MASLACH, 1981), estresse percebido (COHEN; KAMARCK; MERMELSTEIN, 1983), ansiedade e depressão (ZIGMUND; SNAITH, 1983). Para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e coeficiente de correlação de Spearman para investigar o nível de AF, variáveis sociodemográficas e as valências dos inventários. RESULTADOS: Em relação a atividade física, do total, 9 (14,3%) foram classificados como "Sedentários"; 12 (19%) como "Irregularmente ativos"; 17 (26,9%) como "Ativos" e 25 (39,8%) como "Muito ativos". Na correlação entre "AF total" e "ansiedade" (r=-,366; p≤0,05) e "stress" (r= - ,373; p≤0,05) foram observados valores significativos para o sexo masculino, o que também se verificou entre "AF vigorosa" e "stress" (r= -,359; p≤0,05). No sexo feminino a correlação entre "realização profissional” e "AF leve" (r= ,397; p≤0,05) foi observada. Entre os itens sociodemográficos e as valências emocionais, o sexo masculino apresentou correlação significativa entre "despersonalização" (DE) e "horas de trabalho semanal" (HTS) (r= -,523; p≤0,01), e o item "horas de sono" (HS) apresentou valores significativos na correlação com exaustão emocional (r= -,361; p≤0,05), DE (r= -,372; p≤0,05) e "burnout total" (r= -,413; p≤0,05). Para o sexo feminino ocorreram correlações entre a "ansiedade" e "renda familiar" (r=-,488; p≤0,01) e HS e ansiedade (r=- ,488; p≤0,01). CONCLUSÃO: Apesar das correlações não se mostrarem altas, a AF parece ser um fator de proteção em relação a determinados itens comportamentais em ambos os sexos. Assim como, HS também parece ser uma variável importante para minimizar o aparecimento da SB em homens e a ansiedade em mulheres.