Resumo

Introdução: O treinamento resistido é evidenciado como uma estratégia eficiente para com o desenvolvimento e/ou condicionamento das manifestações de força. A mensuração periódica de variáveis morfológicas e neuromusculares subsidia a qualificação prescritiva em intervenções específicas e o monitoramento das respostas adaptativas do organismo aos estímulos regulares do treinamento físico. Objetivo: O presente estudo objetivou correlacionar variáveis antropométricas longitudinais ósseas de segmentos anatômicos inferiores com o desempenho de força máxima em mulheres executantes do treinamento resistido. Materiais e métodos: O estudo é caracterizado como descritivo, transversal e quantitativo realizado com 21 mulheres saudáveis com idade entre 20 e 30 anos em um centro de treinamento individualizado na cidade de Fortaleza (CE). Foram mensuradas as medidas das variáveis antropométricas longitudinais: altura trocantérica, altura tibial lateral, comprimento tibial medial-maleolar e comprimento trocantérico-tibial lateral em concordância com as diretrizes técnicas dos Padrões Internacionais para Avaliação Antropométrica, sendo, portanto, executadas por um antropometrista com experiência prévia e acreditação nível dois concedida pela Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK). Objetivando minimizar a influência de erros sistemáticos, a precisão das supracitadas medidas mensuradas foi reproduzida por meio da estimativa dos cálculos de Erro Técnico de Medida (ETM) absoluto (mm) e relativo (%) intra-avaliador. A medida de força máxima voluntária foi mensurada mediante o teste neuromuscular dinâmico de 1-RM executado em um Leg Press 45º na aplicabilidade de três etapas sistemáticas (familiarização, controle e validação). Para a análise dos cálculos e interpretação dos resultados foram realizados procedimentos de análises estatísticas descritivas e inferenciais utilizando o software estatístico SPSS (versão 21.0). Para a análise de correlação entre as variáveis em estudo, aplicou-se o teste de Pearson. A média de idade, massa corporal e estatura foram respectivamente de 22,8 anos (± 3,4), 58,8 kg (± 8,5) e 160,7 cm (± 5,5). As médias das variáveis antropométricas longitudinais são descritas a seguir: altura trocantérica 84,3 cm (± 4,2), altura tibial lateral 42,1 cm (± 2,6), comprimento tibial medial-maleolar 37,0 cm (± 2,6) e comprimento trocantérico-tibial lateral 41,7 cm (± 2,6). A média da medida neuromuscular de força máxima foi de 193,8 kg (± 25,5). Resultados: Os resultados obtidos evidenciam correlações negligíveis entre a altura tibial lateral (-0,26), altura trocantérica (0,10), comprimento trocantério-tibial lateral (0,26) e o comprimento tibial-medial maleolar (0,10) com a força máxima. Destaca-se que não foram observadas na amostra investigada diferenças estatísticas significativas de correlação entre as variáveis em análise sugerindo, deste modo, que as medidas de variáveis antropométricas longitudinais de segmentos anatômicos inferiores não são determinantes para o desempenho de força máxima. Conclusão: Portanto, configura-se o entendimento que a otimização da força máxima apresenta relevante dependência com a sistematização prescritiva adotada no período de intervenção e com a capacidade adaptativa crônica individualizada dos sujeitos aos estímulos regulares.

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