Correlações entre a potência pico, potência crítica, w' e potência de membros inferiores de ciclistas de endurance recreacionais

O ciclismo de endurance, que engloba a modalidade de estrada e de mountain bike, é considerado um esporte de predominância aeróbia, com situações em que é necessário o uso da força explosiva e por isso, requer o desenvolvimento de potências elevadas, repetidas vezes, e de curta duração. OBJETIVO: Correlacionar as variáveis potência pico (Ppico), potência crítica (PC), W linha (W') que representa a quantidade de trabalho total realizada acima da PC e potência de membros inferiores em ciclistas de endurance recreacionais. MÉTODOS: Participaram do estudo 19 homens ciclistas, com idade de 31,4 ± 5,6 anos e experientes em competições de nível de ciclismo de estrada e maratona de mountain bike. Foram realizadas duas visitas ao laboratório para avaliação antropométrica e de composição corporal e testes no ciclo ergômetro que foram realizados de forma randomizada para determinação das variáveis Ppico, PC e W', além da realização dos testes de saltos verticais (SV). As avaliações para determinação da Ppico, PC e W' foram realizadas em uma road bike utilizando o rolo de treinamento interativo Elite Suito-T® (Fontaniva, Itália) e os testes para determinação da potência de membros inferiores foram realizados no tapete de salto Jump System Pro (Cefise®, Nova Odessa - SP, Brasil). As associações foram demonstradas pelo coeficiente de correlação de Pearson (r) e classificadas em trivial (0.9), perfeito (1.0) e o nível de significância adotado foi de P<0,05. RESULTADOS: Houve correlação significante e classificada como "muito grande" (r=0,751) entre a PC e Ppico; o W' quando correlacionado com a Ppico apresentou correlação significante e "grande" (r=0,545) e os diferentes tipos de salto realizados para determinação da potência de membros inferiores apresentaram elevadas correlações entre si. Em relação às correlações entre as variáveis de desempenho Ppico, PC e W' com os SV para determinação da potência de membros inferiores não foram demonstradas associações significantes, apenas correlações classificadas como moderadas, pequenas ou triviais. CONCLUSÃO: A Ppico e a PC apresentaram elevada correlação entre si e as variáveis obtidas nos testes na bike (PC, Ppico e W') não se associaram com a potência de membros inferiores. Assim, sugerimos que treinadores e ciclistas utilizem a Ppico e PC para prescrever e monitorar os efeitos do treinamento.

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